Cada uma das 61 vacas leiteiras da propriedade de Jandir Steffens, em Arroio do Meio, produz em média 17 litros de leite por dia. A renda da família vem toda da pecuária leiteira. O criador, que está há 15 anos na atividade, nem cogita a possibilidade de ter problemas sanitários em seu rebanho, por isso foi um dos primeiros a aderir ao projeto piloto de erradicação da brucelose e tuberculose.
Junto com Steffens, outros três mil produtores de seis municípios no Vale do Taquari estão participando desse programa inédito no país. Para controlar a doença, são feitos três testes sorológicos para as duas doenças. O custo total por animal é de R$ 9,10 por amostragem. Metade desse valor é pago pelo produtor. O restante, bancado pelo município. Para o pecuarista, o investimento na prevenção dessas doenças tem que ser visto como lucro e não custo.
Desde que foi criado o projeto piloto de erradicação da brucelose e tuberculose, há quase um ano, o número de animais contaminados aqui no Vale do Taquari diminuiu. Nos últimos dez meses, foram diagnosticados 204 casos de tuberculose e 51 casos de brucelose, o equivalente a 0,54% do rebanho.
Os animais doentes foram sacrificados e 80 produtores receberam indenização, mas para isso tiveram que se comprometer que irão permanecer na atividade.
A brucelose e a tuberculose são doenças que podem ser transmitidas dos bovinos para o ser humano. Além disso, trazem prejuízos econômicos aos produtores como redução na produtividade de carne e de leite.
Para a veterinária Ana Cláudia Mello, da Secretaria de Agricultura, os resultados positivos do projeto indicam que ele poderá ser estendido para outras regiões do Estado e do país, mas ela lembra que é importante também que os pecuaristas não descuidem da prevenção.
A região escolhida para o projeto piloto de erradicação da brucelose e tuberculose é responsável por 11% da produção de leite no Rio Grande do Sul. Assim como foram pioneiros no controle das doenças, agora esperam agora obter alguma vantagem econômica.