Segundo Alvim, as importações de lácteos dispararam no mês passado e atingiram o equivalente a 200 milhões de litros de leite. Ele comenta que somente as importações de leite em pó do Uruguai somaram 6,28 mil quilos, volume 67% acima dos 3,75 mil importados em janeiro do ano passado. O total de importação de leite em pó somou 11,1 mil quilos e de queijos, quatro mil quilos.
Alvim suspeita que outros países estejam utilizando o Uruguai como escala para entrar no mercado brasileiro, aproveitando-se da tarifa zero no comércio dentro do Mercosul.
– É uma concorrência predatória, que desestrutura a produção nacional – argumenta o dirigente.
Ele afirma que o crescimento expressivo na importação ainda não teve pressão sobre os preços internos por causa da redução da captação de leite, provocada pela estiagem no Rio Grande do Sul e excesso de chuvas em Minas Gerais.
Tanto os produtores de leite como os criadores de gado de corte pedem uma reformulação no programa de combate a brucelose e tuberculose. Na opinião do presidente da Câmara Setorial de Carne Bovina, Antenor Nogueira, nos moldes atuais o programa não funciona, pois a adesão é voluntária e não existe um fundo para indenizar os produtores no caso de sacrifício dos animais. Os pecuaristas também pedem a isenção de PIS/Cofins na aquisição da ração e do sal mineral. Outra reivindicação é o fim da taxação na exportação de couro, que representa uma transferência de renda para a indústria, de acordo com Nogueira.