– A questão é que está faltando milho e tem trigo sobrando – disse o secretário. Ele afirmou ainda ser necessário avançar no que diz respeito à questão das cotas de exportação do cereal, procurando alternativas que dêem mais previsibilidade. – É preciso garantir o trigo no mercado interno e então pensar em outros usos para ele. Isso vale para o arroz também – declarou Mainardi.
O diretor do Sindicato da Indústria de Suínos (Sips), Rogério Kerber, disse que, caso o cenário de alta dos preços do milho e baixa oferta persista, as atividades produtivas, tanto de frangos como de suínos, começarão a sofrer as consequências.
– Ou acontecem leilões, ou buscamos suprimento de milho fora do Estado – disse o dirigente.
Durante o encontro, ficou definido que, nos próximos dias, será encaminhado um documento ao governador do Estado, Tarso Genro, e ao Governo Federal com solicitações referentes à realização de leilões PEP e à possibilidade de estabelecer políticas definidas desses pregões.
Também constará no documento o pedido de liberação de 500 mil toneladas de trigo destinadas à nutrição animal.
– Queremos dar maior agilidade a esse processo, levando nossas demandas ao governo federal – disse o secretário adjunto da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Cláudio Fioreze.
Também foram pontos de pauta as possíveis parcerias comerciais que o Rio Grande do Sul pode estabelecer com países da África. Especialistas traçaram um cenário da situação de crescimento econômico de países como Moçambique, Angola e África do Sul e o consequente aumento da demanda por alimentos.
– No ano passado, realizamos uma missão para algumas localidades da África para identificar que alimentos os gaúchos poderiam comercializar com o intuito de suprir as necessidades daqueles países – disse o diretor administrativo do BRDE, José Hermeto Hoffmann. Entre os produtos que teriam ótima aceitação no mercado africano estão o arroz, a farinha de trigo, carne de frango e de suíno.
Em relação à exportação de carne suína, diretor do Sips disse que o Rio Grande do Sul tem condições de produzir para exportar, pois tem sanidade e carne de qualidade. O diretor executivo da Associação Gaúcha de Avicultura (Asgav), Eduardo dos Santos, disse que o setor de aves já exporta para a África e ressaltou que aquele mercado vê com simpatia o produto agrícola brasileiro.