Produtores do Sul querem garantir preço mínimo para o leite

Valor pago pela indústria está em queda e não cobre custos da produçãoProdutores de leite realizaram nesta quinta, dia 13, mobilizações no Rio Grande do Sul para garantir um preço mínimo de comercialização. O valor pago pela indústria atualmente está em queda e não cobre os custos de produção.

Na cidade de Erechim, norte gaúcho, uma vaca foi levada para as ruas em um protesto que reuniu mais de 200 produtores. Os manifestantes foram até um supermercado, onde compararam o valor que recebem pelo litro de leite e o preço pago para consumidor.

? O que nós não entendemos é porque o produtor está recebendo de R$ 0,30 a R$ 0,35 e o consumidor está pagando R$ 1,59 e R$ 1,60. Isto dá uma diferença muito grande que nós não temos explicação para dar. Nós temos um custo de produção em torno de R$0,60 e a grande maioria dos produtores tem recebido nos últimos meses em torno de R$ 0,30 a R$ 0,35 ? explica o diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS).

Em Palmeira das Missões, no noroeste do RS, produtores bloquearam a BR-468 por mais de meia hora.

Além do aumento do preço mínimo, os manifestantes querem que o governo federal libere R$ 200 milhões para ajudar no escoamento da produção de leite. A queda no preço também é um problema em outras regiões do país.

De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço médio pago em outubro no Brasil caiu 7,3% em relação ao mês anterior, quase R$0,50 a menos. A indústria atribui a queda a uma super oferta de leite no primeiro semestre, o que continuou acontecendo nos meses seguintes.

? A Região Centro-Oeste, onde diminui a produção, não houve uma diminuição sensível da produção por parte dos Estados de Goiás e Minas. Começa a entrar também a safra. Então é um momento de expectativa porque não se sabe efetivamente qual a oferta que nós vamos ter no Brasil de leite ? argumenta o secretário-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS), Darlan Palharini.