Na cidade de Erechim, norte gaúcho, uma vaca foi levada para as ruas em um protesto que reuniu mais de 200 produtores. Os manifestantes foram até um supermercado, onde compararam o valor que recebem pelo litro de leite e o preço pago para consumidor.
? O que nós não entendemos é porque o produtor está recebendo de R$ 0,30 a R$ 0,35 e o consumidor está pagando R$ 1,59 e R$ 1,60. Isto dá uma diferença muito grande que nós não temos explicação para dar. Nós temos um custo de produção em torno de R$0,60 e a grande maioria dos produtores tem recebido nos últimos meses em torno de R$ 0,30 a R$ 0,35 ? explica o diretor da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS).
Em Palmeira das Missões, no noroeste do RS, produtores bloquearam a BR-468 por mais de meia hora.
Além do aumento do preço mínimo, os manifestantes querem que o governo federal libere R$ 200 milhões para ajudar no escoamento da produção de leite. A queda no preço também é um problema em outras regiões do país.
De acordo com o Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), o preço médio pago em outubro no Brasil caiu 7,3% em relação ao mês anterior, quase R$0,50 a menos. A indústria atribui a queda a uma super oferta de leite no primeiro semestre, o que continuou acontecendo nos meses seguintes.
? A Região Centro-Oeste, onde diminui a produção, não houve uma diminuição sensível da produção por parte dos Estados de Goiás e Minas. Começa a entrar também a safra. Então é um momento de expectativa porque não se sabe efetivamente qual a oferta que nós vamos ter no Brasil de leite ? argumenta o secretário-executivo do Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados do Estado (Sindilat-RS), Darlan Palharini.