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Produtores temem que alto valor de produção e baixos preços tornem suinocultura inviável no Sul

Atividade está à beira do colapsoA crise na suinocultura está preocupando produtores e empresas do setor em todo o país. O Rio Grande do Sul é um dos Estados que mais sofre com o problema, já que é o segundo maior exportador e produtor do país. E os mais de 500 mil produtores gaúchos temem que o baixo valor pago pela carne e o alto valor da produção torne a cultura inviável na região.

A atividade está à beira do colapso. A queda nos preços e o aumento nos custos de produção são os principais motivos da crise.

No Rio Grande do Sul o quilo do suíno vivo ultrapassava R$ 3 em 2004, mas a situacao piora a cada ano.  Em 2010, o preço ainda chegava a R$ 2,18. Já na semana passada, estava em R$ 1,78.

Enquanto isso, no mesmo período, os custos subiram muito. A saca de milho estava em quase R$ 17 em 2010, e o farelo de soja por R$ 577 a tonelada. Agora, o milho chega a R$ 25 e o farelo quase dobrou de preço, sendo cotado em mais de R$ 1 mil a tonelada (R$ 1003,33)

O produtor rural Mauri Marcon acredita que, se os preços continuarem assim, muitos suinocultores vão desistir da criação. As vendas já refletem isso, pois caíram 20% este ano, em relação ao mesmo período do ano passado.

– Em função da estiagem no Estado e acréscimo dos ingredientes de ração, que é basicamente farelo de soja e milho, isso desestimula. Não há nenhum estímulo dos nossos governantes para se manter na atividade. O valor ideal hoje gira em torno dos R$ 3 para poder empatar ou começar talvez a ganhar um pouco de dinheiro na questão da criação – explica Marcon.

Apenas no ano passado, a suinocultura do Rio Grande do Sul produziu 655 mil toneladas, gerando R$ 3,6 bilhões de faturamento. O número de empregos diretos proporcionados pelo setor foi de mais de 14 mil. São 10 mil produtores integrados e independentes distribuídos em pequenas e médias propriedades rurais, situadas em 308 municípios em todo o Estado.

Estima-se que 5,5% dos gaúchos dependem da suinocultura. Por isso o presidente da Associação de Criadores de Suínos do Rio Grande do Sul (Acsurs), Valdecir Folador, espera que medidas efetivas sejam tomadas pelo governo federal.

– Não há medidas concretas hoje para o setor, somente paliativas. O que precisa é uma reestruturação do setor, senão estas medidas não adiantarão. E são as empresas que fazem com que o produtor não tenha renda. Enquanto os produtores vivem essa crise, as exportações estão bem e no mercado interno o consumidor paga mais caro pela carne suína. O produtor precisa ter renda – defende Folador.

A situação é tão preocupante que sete municípios já decretaram situação de emergência no norte do Estado. A falência da empresa Doux no RS também gerou tensão no mercado. A falta de pagamentos poderia contribuir para o endividamento de produtores integrados. Porém, a Brasil Foods assumiu as dívidas da empresa dando um novo fôlego ao setor.

– É muito difícil se manter neste ritmo para mais alguns dias, precisamos de um socorro imediato dos nossos governantes com políticas voltadas para manter essa atividade. As perdas são muito grandes. Essa crise acontece da porteira para dentro e afeta somente o produtor. Na indústria isso não acontece, lá essa crise não existe – declara o produtor Mauri Marcon.

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