Programa Minas Leite é cada vez mais eficaz na assistência técnica a produtores de leite de MG

Implantado no fim de 2005 pelo governo do Estado, projeto auxilia trabalhadores a gerir propriedades com baixo investimento e a aumentar a produtividadeMinas Gerais tem a maior bacia leiteira e é o maior produtor do país. O leite é a principal fonte de renda na pequena propriedade mineira. Em 2005, o governo do Estado implantou o programa Minas Leite para recuperar a eficiência dos produtores através de uma gestão técnica com investimentos simples. Nos últimos cinco anos, foram implantadas mais de 1 mil unidades demonstrativas. 

O produtor rural Moacir Moreira de Souza é um destaque de sucesso do projeto, que ele desfruta há cerca de cinco anos, quando entrou para o assentamento Paciência, no interior de Uberlândia, no Triângulo Mineiro.
 
– Quando eu vim para cá, só tinha um carro, o vendi para comprar cinco novilhas e uma vaca. A partir daí, comecei a fazer queijos e a vender na cidade. Fui ganhando meu dinheiro e o aumentando pouco a pouco – relata o produtor.

Com vontade de absorver tudo o que vem da assistência técnica, a fazenda se tornou uma unidade demonstrativa do programa Minas Leite.

– Fiz curso sobre  pastagem, tirar leite a pasto, curso de inseminação. Minha esposa também fez curso de fabricação de queijo – conta.

A base do programa está na gestão em família, com planejamento e orientação para investimentos de acordo com a realidade do produtor.

Em Minas Gerais, 353 mil propriedades, que correspondem por 60% dos estabelecimentos rurais, produzem leite. A atividade leiteira é a principal renda. O desafio do Minas Leite é a modernização dos conceitos de gestão sem que se perca a simplicidade nas soluções com pouco investimento.

A fazenda de Souza tem apenas 12,5 hectares: são 17 vacas em lactação uma produção de 230 litros de leite por dia. Seguindo as recomendações técnicas da Emater, Souza foi piqueteando a propriedade e avançando conforme o dinheiro disponível. De 14, já pulou para 34 piquetes, e o bambu aos poucos vai sendo substituído por eucalipto tratado. Mas a criatividade e as adaptações estão por toda parte: bombonas de plástico servem o sal aos animais, o comedouro é feito com bags, sacas de adubo, e os isoladores de cerca elétrica são criados com garrafas pet.

Para garantir a produtividade, o produtor não descuida da alimentação. Ele já tem 4,5 hectares de lavouras para fazer a silagem.

O agrônomo da Emater Carlos Miguel Rodrigues Couto explica que unidades modelos como a fazenda de Souza estão mudando o jeito de gerir a atividade, garantindo a sustentabilidade da agricultura familiar.

– O aprendizado dele iniciou em 2006, 2007, e hoje ele vem consolidando passo a passo.  Se você pegar esta pequena propriedade, por exemplo, ela tem uma eficiência econômica que deve ser mostrada para outros produtores  da região.

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