? Até o final do ano, este número deve subir para mil, contando, inclusive, com a expansão do programa na região Sul, onde 70 fazendas já participam ? informa o coordenador do Minas Leite pela secretaria, Rodrigo Puccini Venturin.
De acordo com o coordenador, o Minas Leite deverá contar com a adesão de mais 30 propriedades da região até dezembro. A previsão, segundo Venturin, “é animadora, porque a adesão dos agricultores familiares ao programa no sul de Minas, região historicamente vinculada ao café, mostra que não existem limites para a difusão das boas práticas na atividade leiteira, atualmente espalhada por todo o Estado”.
Venturin acrescenta que a atuação dos extensionistas da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural do Estado de Minas Gerais (Emater-MG), vinculada à secretaria, tem garantido excelentes resultados ao Minas Leite.
? Os técnicos orientam os produtores para adoção de práticas de baixo custo para o aumento da produção e a melhoria da produtividade de acordo com normas de preservação ambiental. A busca da sustentabilidade tem grande importância na atividade leiteira, assim como nos demais segmentos da produção agropecuária ? enfatiza.
De acordo com o coordenador técnico regional da Emater em Alfenas, Marcelo Martins, alguns agricultores familiares da região Sul tiveram mais facilidade para aderir ao Minas Leite, porque os técnicos prestavam assistência à propriedade. Neste município, bem como em Guaxupé e Passos, os produtores já utilizam piquetes sobre as áreas de pastagem.
Piquetes são áreas cercadas sobre o pasto, localizadas nas proximidades do local de ordenha, onde os animais se alimentam com o complemento de cana-de-açúcar produzida preferencialmente na própria fazenda. Os animais fazem um rodízio entre os piquetes, permitindo a recuperação e a disponibilidade de pasto por um longo período.
? Os animais têm, nessas áreas, menos necessidade de alimentação suplementar (ração), o que possibilita a redução de custo. Além disso, o uso alternado dos piquetes possibilita a recomposição das pastagens ? explica o coordenador.
Segundo Martins, por meio do Minas Leite, os produtores estão aderindo também ao Sistema de Integração Lavoura, Pecuária e Floresta (ILPF), que permite o rodízio dos cultivos e a produção sustentável.
? Outra prática consiste no preparo do complemento da ração dos animais com produtos de baixo custo, encontrados na propriedade. E no caso de produtos que devem ser buscados fora da fazenda, os técnicos ajudam na orientação das compras ? acrescenta.
Pastagens mais ricas
No município de Boa Esperança, a extensionista Tatiane Abraão tem orientado diversos produtores que apostam na possibilidade de aumento da renda adotando práticas do Minas Leite.
? Eles são atraídos, sobretudo, pela possibilidade de utilização de tecnologias de baixo custo que aumentam a produção e melhoram a produtividade. Além disso, a atividade está mais organizada ? ressalta a técnica.
O produtor Carlos Alberto Lima diz que desde a adesão ao programa, em 2009, sua propriedade, a Fazenda Mata do Paiol, registrou aumento da produção diária por vaca, de nove para 14 litros de leite.
? A principal intervenção, que resultou nesse crescimento de 55,5% da produção, foi a melhoria das pastagens ? explica.
Na propriedade são produzidos a cana e o milho por meio de cultivos integrados.
? A primeira colheita de milho dentro do sistema de integração alcançou uma produtividade excelente ? informa o agricultor.
Lima ainda informa que, a partir de outubro, a fazenda contará com 15 piquetes construídos sobre seis hectares de pastagem.
? Por isso, estamos apostando na contínua expansão da produção leiteira na propriedade ? finaliza.
Os agricultores familiares interessados em aderir ao Minas Leite devem fazer sua inscrição em uma das unidades da Emater-MG.