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Projeto Balde Cheio e Programa de Boas Práticas fomentam a pecuária no país

Iniciativas da Embrapa estimulam a produção e ainda valorizam técnicas de sustentabilidadeUm tem foco na pecuária leiteira; o outro, na de corte. As iniciativas da Embrapa, Projeto Balde Cheio e Programa de Boas Práticas Agropecuárias ? bovinos de corte (BPA), respectivamente, consolidam-se, dia após dia, como trabalhos inovadores de transferência de tecnologia.

O Balde Cheio tem entre seus objetivos atualizar produtores de leite e extensionistas quanto aos conceitos da produção intensiva de leite, estimular a relação entre Embrapa e Extensionistas ? Produtores, transformar a propriedade rural em uma sala de aula prática, tornando-a um exemplo para outros produtores, gerar demanda pela assistência técnica e desenvolver novas pesquisas.

Por sua vez, o Programa de Boas Práticas Agropecuárias anseia fortalecer o setor produtivo por meio da adequação de procedimentos, do aumento da rentabilidade e da competitividade; da garantia de alimentos saudáveis e seguros; e da construção de sistemas de produção sustentáveis, com a asseguração do bem-estar dos animais. Desta forma, há o aquecimento do mercado interno com a abertura de novos mercados.

Cada proposta tem sua metodologia de trabalho. O Balde Cheio tem a duração de quatro anos, com visitas às Unidades Demonstrativas (UD) a cada quatro meses. No projeto, uma propriedade por município é selecionada pelo extensionista interessado, que tenha na atividade leiteira sua principal fonte de renda e, posteriormente, ela servirá como exemplo a outros produtores em situação semelhante. A equipe é capacitada em manejo de pastagem e rebanho e irrigação de pastagens.

O BPA treina instrutores e multiplicadores em normas e procedimentos a serem observados nos principais pontos de controle do sistema de produção da carne bovina. São eles: gestão da propriedade, função social do imóvel rural, responsabilidade social, gestão ambiental, instalações rurais, manejo pré-abate e bons tratos na produção animal, formação e manejo de pastagens, suplementação alimentar, identificação animal, controle sanitário e manejo reprodutivo.

Após essa capacitação, há a implantação do protocolo BPA na propriedade, a emissão de laudo de implantação, emitido pela Embrapa ou entidade parceira credenciada e, em uma segunda fase, a certificação da fazenda.

Os benefícios do Balde Cheio e do BPA são concretos e dimensionáveis. Estatísticas da Embrapa Pecuária Sudeste (São Carlos-SP), unidade coordenadora do projeto, apontam que cerca de 90% dos produtores vinculados ao Balde Cheio conseguia produção diária inferior a 80 litros no início dos trabalhos. Após a sua incorporação à proposta, os números saltaram para 300 litros a mil litros/dia. Entretanto, o indicador mais importante na atividade, que é a produção de leite por hectare/ano, foi elevada de 12 a 15 vezes.

Já os pecuaristas que aderiram ao Programa BPA são unânimes em afirmar que ao implantar as boas práticas ocorreu a identificação e a correção de pontos críticos na propriedade, a redução das perdas e da má utilização de insumos, a diminuição dos riscos com ações trabalhistas e ambientais, a melhoria da qualidade da carcaça e do couro e a agregação de valor e competitividade.

Atualmente, o Balde Cheio está em 22 Estados brasileiros e em todas as regiões do país e 500 extensionistas passaram pelo treinamento ministrado por especialistas da Embrapa.

? O Brasil ainda não é um dos maiores exportadores de leite do mundo, porque, infelizmente, ainda temos poucos extensionistas capacitados para isso. Podemos mudar este cenário ? propõe o pesquisador Fernando Campos Mendonça, da Embrapa Pecuária Sudeste.

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