Um dos maiores rebanhos do país fica em Santana do Livramento, na fronteira do Brasil com o Uruguai. São mais de 400 mil cabeças. O produtor rural Delci Francisco Cardoso cria a raça corriedale para vender a lã. A recuperação do produto no mercado deixou o produtor mais otimista para investir na ovinocultura.
? Ele dá muito trabalho, mas quando começa a vender, dá lucro. Ele consome muito vermífugo, mas quando vende a ovelha e vende a lã, desaparece esta despesa toda. Quem está no negócio tem que investir no ovino ? considera Cardoso.
O Rio Grande do Sul já teve 12 milhões de cabeças na década de 70. Atualmente, o rebanho é de quatro milhões. O programa Mais Ovinos, lançado pelo governo gaúcho, quer estimular a produção de carne e lã. Pelo menos 50 municípios vão ser beneficiados com linhas de crédito para a compra de matrizes ou reprodutores e também para a retenção de matrizes.
? O objetivo do programa é fazer com que ninguém venda fêmeas, a não ser as de descarte. Que se retenha as fêmeas, ou que se venda as fêmeas para outro produtor e com isso, nós vamos a médio e longo prazo, recuperando o rebanho de ovinos do nosso Estado ? ressalta o secretário da Agricultura, Pecuária e Agronegócio, Luiz Fernando Mainardi.
Um outro incentivo para o crescimento do rebanho ovino é a grande demanda de carne e lã, muito maior que a oferta. Com os preços em alta, a Federação das Cooperativas de Lã do Brasil (Fecolã) espera uma boa comercialização. Entre as principais raças, o quilo da lã está custando em média US$ 4.
? Nesta safra, deverá se antecipar a procura por lã pela falta do produto no mercado. As indústrias, na safra passada, não compraram as suas necessidades. Então, podemos dizer que a lã, hoje, encontra-se num momento muito satisfatório ? explica o presidente da Fecolã, Álvaro Lima da Silva.