O Brasil continua ocupando o posto de maior produtor e exportador de carne bovina produzida a pasto, mas especialistas que participaram do evento levantaram questões sobre as condições higiênicas das indústrias exportadoras. O professor Pedro Felício, da Faculdade de Engenharia de Alimentos da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), no entanto, acredita que não existe uma definição correta sobre a qualidade.
– Basicamente, a Europa determinou os rumos da indústria brasileira. Isso acontece há muitos anos, a Europa faz muitas exigências e vê se o país se adapta. Isso é bom para o Brasil. A União Europeia não compra da mesma forma como até 2007, mas ela tá voltando a comprar, demanda muito mais, além da sanidade, da higiene e da inspeção ainda faz outras exigências, mas o Brasil consegue atender bem. Mesmo assim, ainda não é aquela qualidade de suculência, de sabor, de palatabilidade – afirma Felício.
Outros especialistas, no entanto, discordam e acreditam que toda carne tem qualidade, não importa de onde venha, seja do Brasil, da Argentina ou até da Europa. Para eles, o importante são as proteínas e as vitaminas existentes no produto. O zootecnista Ocimar Villela defende que a qualidade vem da forma com que o animal é criado, mas que toda carne é igual.
– Toda carne como alimento tem qualidade. Importante dizer que a parte sanitária é fundamental, do beneficiamento dessa carne, do acondicionamento dessa carne, porque é um alimento de alto valor biológico e ele se contamina muito fácil. Mas toda carne, independente da origem, tem o que todo ser humano precisa, que são vitaminas, proteínas e ácido graxo, que é essencial para todo ser humano – argumenta.
O Brasil está no caminho certo para garantir ao mundo uma carne de qualidade, segundo o médico veterinário Luciano Roppa. Mesmo assim, ele pede atenção maior às boas práticas de produção.
– Nós temos que erradicar as doenças que inviabilizam nossas exportações e, internamente, temos que fazer aquilo que nós sabemos que é bom. Nós temos que ter uma fiscalização em várias áreas que não andam de forma correta e precisamos implementar as boas práticas de produção. Essas coisas são o que o bom senso diz para a gente fazer e que, muitas vezes, não fazemos por uma série de fatores. É só fazer bem feito aquilo que nós já sabemos fazer e que sabemos que é o certo – afirma Roppa.