As alternativas para se fazer quase tudo on-line são cada vez maiores. No site da Associação Brasileira de Criadores de Zebu (ABCZ), por exemplo, o associado consegue enviar várias coisas, como nascimento, venda de animais e até comunicação de cobertura. O associado pode também fazer uma simulação de acasalamento, escolhendo entre os milhares de touros avaliados pelo Programa de Melhoramento Genético Zebuíno. A dependência da internet é tanta que 98% dos associados já cumprem boa parte das obrigações por meio do acesso ao site.
No criatório Uberbrahman, montado na Fazenda Morro Alto, no município de Uberlândia, também é impossível imaginar o dia a dia sem internet. A princípio a conexão era pela internet 3G, e recentemente passou a ser feita via rádio. A fazenda investiu R$ 345,00 com a instalação da antena e paga uma mensalidade de R$ 159,00 para ter uma navegação mais estável e veloz.
Mas, por enquanto, internet 3G ou via rádio, não é para qualquer um. Na fazenda São José, a apenas 21 quilômetros do centro de Uberlândia, dependendo do lugar e da operadora, nem o celular funciona direito. O produtor rural Thiago Fonseca, que também é presidente do Sindicato Rural do município, usa dois celulares e um telefone fixo para garantir a comunicação a partir da fazenda. Mas todos os sinais de celulares disponíveis são analógicos e não oferecem serviço de internet.
A única possibilidade para se ter internet na fazenda seria tentar captar um sinal 3G que passa próximo à propriedade, mas a qualidade não seria boa. Sem conexão com o mundo virtual, pagar contas via internet, retirar notas eletrônicas e fazer compras on-line são praticidades que ainda não são permitidas.
A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) quer que a partir de dezembro de 2015, toda a área rural seja atendida com serviço de telefonia de qualidade e no mínimo, internet 3G. As operadoras que vão explorar o serviço de internet 4G nas grandes cidades vão ter que garantir acesso a comunicação também ao homem do campo.
O professor da faculdade de engenharia elétrica da Universidade Federal de Uberlândia, Luix Cláudio Theodoro, acredita que essa distância entre os serviços que são prestados aos centros urbanos e à zona rural diminuirá com o passar do tempo. Não só por causa da exigência da Anatel, mas também pelo surgimento de novas tecnologias.