A adubação das pastagens é fundamental para garantir a saúde do solo e a produtividade do rebanho. De acordo com a zootecnista Sabrina Coneglian, quatro pilares são necessários para desempenhar a ação de forma correta.
“O primeiro passo é entender que a adubação é uma prática escalonada, ou seja, é preciso iniciar o processo com uma amostragem de solo para compreender quais os minerais presentes e os faltantes, os que necessitam de reposição”.
Segundo ela, a partir de então, a segunda etapa consiste em fazer a correção do ph do solo. “Sabemos que a maioria dos solos brasileiros têm o ph ácido, então é necessário corrigi-lo com calcário”, detalha.
A zootecnicista afirma que o próximo fundamento é a gessagem para fortalecer as camadas mais profundas do espaço e para aumentar as raízes, passos fundamentais à construção de perfil de solo.
“A adubação em si é a quarta etapa; depois de se cumprir todos esses passos e [o solo] estando pronto, a planta com uma raiz bem profunda, a pastagem vai receber essa adubação para absorver [os nutrientes] da melhor maneira”.
Benefícios da correta adubação
Sabrina conta que a adubação feita de forma direta traz benefícios diretos, como a maior quantidade e qualidade da forrageira, o que favorece o ganho de peso e a maior produção de leite dos animais, além de trazer uma rebrota mais vigorosa e gerar mais rentabilidade ao produtor.
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A especialista conta que a fertilização química ainda é a mais utilizada, mas a biológica tem ganhado espaço. “É uma super alternativa pensando até no clima brasileiro: temos água, luz e temperatura [para que] os microrganismos possam fazer o seu papel de multiplicação e auxiliar nessa saúde do solo”.
Diante disso, a zootecnicista alerta para a necessidade de o pecuarista se atentar aos “4 Cs”: fertilizante certo para a localidade; dose correta; hora certa; e época correta.
Prejuízos com pastagens degradadas
No Brasil existem milhões de hectares de pastagens com algum nível de degradação. De acordo com Sabrina, quando o espaço dedicado ao pastejo do gado atinge níveis moderados de deterioração, impactos na qualidade e quantidade da forrageira já são perceptíveis, o que faz o pecuarista a ter prejuízos no ganho de peso dos animais e na produção de leite.
“Quando se passa por uma degradação severa ou até mesmo pela erosão, que é a falta de nutrientes ou de reciclagem desses nutrientes, o pecuarista tem um um custo muito maior de reforma da pastagem e não mais apenas de recuperação […], assim o custo é muito maior”.
A zootecnicista aconselha que o pecuarista faça a adubação mesmo que em pequenas áreas e de forma gradativa, mas constante. “Não deixe de adubar por mais de um ano, faça essa manutenção anualmente para não correr o risco de ter uma erosão desse solo”, finaliza.