Para criar codornas é preciso uma estrutura muito simples e básica. A codorna é uma ave pequena, que chegou ao Brasil na década de 1950 junto com os imigrantes japoneses. Se criadas da forma correta, as codornas possuem uma boa reprodução, já que atingem a idade ideal muito rapidamente, e oferecem ovos com grande frequência. Além disso, a saúde das codornas é melhor que a das galinhas, por exemplo. Isso porque possuem uma quantidade bem menor de hormônios na região da pele e também nos ovos, que são mais saudáveis que os de galinha.
No entanto, o produtor Júlio César Pereira, de Angatuba, no interior de São Paulo, não está tendo sucesso. Ele escreveu ao Canal Rural, contando seu caso e pedindo ajuda.
“Tenho um pequeno terreno no interior de São Paulo, onde dei início à criação de codornas apenas e tão somente para consumo próprio de seus ovos, o que até então não ocorreu. Já decorreram quase 60 dias e nenhum ovo foi botado, tendo inclusive, através de sugestões, já alterado a ração fornecida. Fugindo ao tradicional, fiz um viveiro, onde além do local onde se alimentam e dormem, existe uma pequena rampa onde as codornas podem ter acesso à parte inferior do viveiro, que está toda gramada e cercada de tela por toda sua volta.
Pergunto: Por que as codornas até agora não botaram? Será que é por não ficarem confinadas no viveiro? Ou esse fato não em nenhuma relevância”.
Tem toda relevância, Júlio César!
Segundo o especialista Pasquale Perrone, para botarem ovos, as codornas não podem ser criadas soltas, ao ar livre.
É preciso que as fêmeas não tomem vento direto, ou seja, estejam protegidas e quentinhas. Por isso, o usual, em criações pequenas, é criá-las em gaiolas. Essas gaiolas também não deveriam ter como base o próprio chão, nem estar altas demais, mas numa altura que não peguem vento, nem umidade. Perrone indica a criação no “modelo de apartamentos”, quando as gaiolas são posicionadas uma em cima da outra, com espaço entre elas para cair e depositarem-se as fezes – que também valem muito dinheiro, pois são usadas como adubo.
Além do modelo de gaiolas sobrepostas, o especialista sugere um barracão com ventilação superior.
Outro ponto destacado por ele é alimentação. “São necessários dois tipos de ração. Um inicial, até 18 ou 20 dias, e outro a partir desse período, com 22% de proteína bruta, conhecida como ração de postura para codorna”, ensina Perrone.
Uma codorna adulta come cerca de 25 gramas de ração por dia. A troca de marca ou mesmo de tipo de produto deve ser feita aos poucos, para não prejudicar o metabolismo animal.
Reprodução
O cruzamento de codornas acontece durante o ano todo, sem época definida. É necessário apenas um macho para cada cinco fêmeas, a cada dois anos, quando deve ser substituído por outro para evitar problemas genéticos.
O ideal também é não colocar sempre os pais para cruzar com os filhotes, porque isso pode fazer com que a genética para determinadas doenças se manifeste com mais facilidade.
Para reproduzir, as fêmeas precisam ficar em contato com o macho apenas por doze horas seguidas. Depois de um dia de descanso, ele já pode entrar em contato com mais fêmeas para acasalamento. As fêmeas, depois de acasaladas, devem ficar isoladas para que se sintam menos estressadas e assim não aconteça nada que atrapalhe a fertilização dos ovos.
Estrutura certa
Os locais ideais para a montagem de uma criação de codornas são sítios, fazendas ou casas de campo, onde se possa oferecer uma estrutura em madeira como um galpão de alvenaria. Além disso, o local precisa possuir boa circulação de ar para que a temperatura média ambiente seja de 19 graus, pois desta forma não ocorrem prejuízos à capacidade fértil das codornas utilizadas.
Outro cuidado importante é oferecer para as codornas uma cobertura contra eventos como chuva e sol, que pode ser de madeira, telha, ou mesmo metalizada. Na maioria dos casos, as telhas de amianto são as preferidas pelos criadores devido ao preço acessível e fácil manejo.
Dentro do galpão, para abrigar as codornas, é necessário construir uma estrutura que deixe as aves bem acomodadas. O formato de gaiolas é o mais comum. O espaço da gaiola também deve ser considerado, em 1 metro por 30 centímetros de largura, se pode comportar até 15 fêmeas, por exemplo. Com o espaço correto, elas não brigarão e não se tornarão competitivas quanto ao alimento, que deve estar disponível em quantidade abundante no chão.
As codornas colocam seus ovos no chão, e para eles ficarem protegidos, o ideal é que a gaiola tenha um pequeno declive no piso direcionado para os fundos, onde se concentra mais quantidade de serragem para aparar os ovos que serão retirados em seguida pelos criadores.