Os dados levam em conta apenas a região de Coxim e relatos de pecuaristas e do sindicato rural do município apontam que o número de mortes pode chegar a mil devido à queda brusca de temperatura. Acostumados com temperaturas acima de 30ºC, os animais não resistiram ao frio que começou na madrugada de sexta, dia 25, quando a mínima registrada foi de 13,4ºC, segundo o Centro de Monitoramento de Tempo, do Clima e dos Recursos Hídricos de Mato Grosso do Sul (Cemtec). De acordo com meteorologistas, quatro dias antes da onda de frio, Coxim chegou a registrar temperatura máxima de 34ºC e, no dia das mortes, a temperatura máxima não superou 15ºC.
– A queda brusca foi atípica em Coxim. Nas fazendas, as sensações térmicas são ainda menores que a registrada na cidade – salientou a meteorologista do Cemtec, Cátia Braga.
Segundo o veterinário da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul), Horácio Tinoco, apesar de as temperaturas mínimas registradas não serem muito baixas, a queda brusca desestabiliza a saúde do animal.
– O conjunto formado por alta umidade, frio, chuvas e ventos podem mudar o parâmetro fisiológico do gado, batimentos cardíacos e pressão arterial. Se essas ocorrências estiverem ligadas a alguma restrição alimentar, podem prejudicar a produção de energia do animal e causar morte – explicou.
A presidente do sindicato municipal, Terezinha Cândido Silva, descarta a possibilidade das mortes terem sido causadas por outras doenças.
– Constatamos que as propriedades que registraram morte do gado possuem um rigoroso controle sanitário, com todas as vacinas em dia – destacou.
A orientação do Sindicato Rural de Coxim é para que os veterinários particulares de cada propriedade façam o registro de mortes de gado e encaminhe para a Iagro, para que saldo de perda de reses seja atualizado.