Queda nas exportações de carne suína em junho amplia crise do setor, diz Abipecs

Volume embarcado passou para 43.913 toneladas, queda de 16,76% em comparação com o mesmo mês de 2011A exportação de carne suína decepcionou em junho. O volume embarcado caiu 16,76%, para 43.913 toneladas, em comparação com 52.752 toneladas no mesmo mês de 2011. A expectativa dos exportadores era de continuidade da recuperação observada em maio. A receita cambial acompanhou a queda, alcançando US$ 108,40 milhões ante US$ 152,13 milhões em junho de 2011 (menos 28,75%).

O preço médio no mês caiu 14,41%, para US$ 2.468/t (US$ 2.884/t em junho do ano passado). O levantamento é da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), divulgado nesta sexta, dia 6.

No acumulado do ano, o aumento foi de apenas 0,72% em toneladas (268.783 t) em relação ao período de janeiro a junho de 2011, enquanto a receita caiu 6,52%, ficando em US$ 687,35 milhões.

O presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, informou em comunicado que os números de exportação de junho mais uma vez frustraram o setor de suínos. Segundo ele, uma ampliação nas vendas externas certamente ajudaria a reduzir a amplitude da crise pela qual atravessa a atividade.

No próximo dia 12, o presidente da Abipecs participará de ato público no Senado, organizado pela Associação Brasileira de Criadores de Suínos (ABCS). Na audiência pública, Camargo Neto fará uma análise das dificuldades pelas quais passa o setor, desde problemas tributários e de logística até os relacionados com preços de insumos e mão de obra. Também mostrará o atual quadro dos mercados externos para a carne suína brasileira.

Os mercados suspensos, atualmente, são Rússia, África do Sul e Albânia. Recentemente, foram abertos Argentina, Estados Unidos e China, e ainda falta a abertura do Japão, da Coreia do Sul e da União Europeia.

O presidente da Abipecs disse que não se alterou a incapacidade do governo federal de resolver o embargo da Rússia aos Estados do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso. Ele comentou que notícias esparsas de que missão veterinária do Rosselkhoznadzor chegaria neste mês, infelizmente ainda não se confirmaram.

Camargo Neto destacou que a Ucrânia passa a ocupar a posição de principal destino da carne suína. Esse mercado, porém, tem preço médio significativamente inferior ao pago pela Rússia. A Ucrânia, com 11.938 t, passou a figurar como primeiro importador da carne suína brasileira em junho, seguida de Rússia (11.623 t), Hong Kong (7.313 t), Angola (3.539 t) e Cingapura (2.244 t).

Os dados da Abipecs mostram, ainda, que houve uma retração nas exportações para a Argentina de 71,19% em toneladas (apenas 713 t) e de 73,50% em valor (cerca de US$ 2 milhões). No início de julho, o país vizinho deixou de impor restrições à entrada do produto brasileiro.