Em uma propriedade em Tatuí, a 120 quilômetros de São Paulo, a caixa com 360 ovos chegou a ser vendida por R$ 46,00 em agosto. Em novembro esse valor caiu para R$ 40,00. O diretor do Instituto Ovos Brasil, José Roberto Botura, afirma que o mercado sofreu com o aumento da produção.
O gerente da granja, Valdir Trava, que trabalha há mais de dez anos com ovos, diz que a alta do preço do milho, principal ingrediente para a ração das aves, tem diminuído a margem dos produtores. Mas ele afirma que esse não é o principal. Nessa época do ano a competitividade com ovos caipiras é muito grande.
Mas esse prejuízo poderia ser ainda maior se não fosse o uso da tecnologia. O produtor automatizou a granja por falta de mão de obra. Hoje as aves ficam alojadas em gaiolas. Cada aviário tem em média 120 metros de comprimento e um investimento de R$ 2 milhões.
Para entrar na granja é preciso usar roupas especiais. O cuidado é para garantir a higiene do local. No total 17 galpões acomodam um milhão de aves, que chegam a produzir mais de 700 mil ovos por dia.
Depois do recolhimento que é feito com a ajuda de esteiras, os ovos chegam à sala de classificação, onde são separados por peso. Antes da embalagem, os produtos passam por uma máquina que consegue detectar qualquer tipo de fissura na casca. Em seguida são comercializados no atacado e com a indústria. O gerente da granja aposta em um aumento dos preços provocado pela alta do consumo até o Natal.
Para o ano que vem a expectativa é positiva. Botura afirma que as exportações devem dar sustentação ao mercado.