– Nesses casos não há problema técnico, mas a China tem todo um processo longo para a habilitação de novas unidades. Esse país é um mercado ávido por abastecimento, mas tornou-se um consumidor exigente. As principais dificuldades dos avanços nas negociações bilaterais são questões sanitárias e fitossanitárias, além da rigidez das auditorias – explica Liuson, que está de volta ao Brasil há alguns meses, em apresentação no Congresso Nacional da Indústria da Carne, promovido pelo Informa Group.
Ainda segundo ele, em relação à carne suína exportada para a China, o Brasil passou de nenhum frigorífico habilitado em 2010 para atuais cinco. Já no que diz respeito à venda de aves, desde 2010 o Brasil possui 25 unidades autorizadas a embarcar para a China.
– Neste ano, em março, as autoridades chinesas visitaram 17 unidades das quais cinco foram indicadas e estão esperando para serem autorizadas. Quando chegarmos aos 30 estabelecimentos habilitados, o Brasil se consolidará como o maior exportador de carne de aves para a China no lugar dos Estados Unidos – declara o adido do Ministério da Agricultura.
Em relação aos bovinos, o Brasil passou de três unidades, em 2010, para oito, até o momento.
– Temos nove frigoríficos aguardando habilitação já faz dois anos e esperamos que as autorizações saiam em breve – informa.
Apesar dessas habilitações pendentes, em 2011, o Brasil representou 60% da importação dos produtos cárneos à China.
Oportunidades
Além da expansão das exportações de carnes, Liuson diz que o Brasil tem possibilidade de diversificar os produtos vendidos à China.
– O país está atrás do nosso milho e da soja e tem interesse em importar vaca de leite viva, embriões e sêmen de bovinos e outros itens. O momento atual é propício para o Brasil consolidar e diversificar a pauta dos produtos agrícolas que pretende exportar para a China e também para investir. Eles querem estreitar a parceria com o Brasil e têm um potencial enorme de consumo interno que cada vez mais crescerá – declarou, informando que, no ano que vem, serão realizadas duas reuniões importantes com autoridades chinesas nas quais o Brasil pode participar para negociar.