O consumo interno de carne suína e as exportações brasileiras devem permanecer firmes no primeiro trimestre de 2016, afirmou o Rabobank, prevendo bom desempenho para o setor. Em relatório trimestral sobre suínos, o banco avalia, entretanto, que a forte demanda não se refletirá em aumento de preços por causa do cenário econômico desafiador no Brasil e dos baixos preços internacionais da proteína animal.
A projeção do banco é de que os embarques do país continuem crescendo em 2016, após avanço de 9% no ano passado. A desvalorização do real ante o dólar é apontada como um dos fatores que sustentam esse movimento, já que aumenta a competitividade do produto brasileiro.
O Rabobank alerta, no entanto, que “o Brasil é altamente dependente de apenas um destino de exportação”. Segundo o banco, em 2015, a Rússia aumentou suas importações de carne suína do país em 29%, na comparação anual. Como resultado, os embarques aos portos russos passaram a representar 45% do total exportado pelos brasileiros.
No mercado doméstico, o Rabobank afirma que o consumo deve permanecer firme, em virtude da menor oferta de carne bovina esperada para o primeiro semestre. O banco projeta que os preços de suínos devem ficar levemente acima do observado no último trimestre de 2015. Os de grãos, por outro lado, devem aumentar como resultado da apreciação do dólar em 2016.
“Isso deve aumentar a pressão sobre os resultados da indústria de suínos no curto prazo”, afirmam os analistas do banco. “No entanto, ao longo do ano, o bom cenário para exportações e projeções positivas para consumo doméstico devem dar suporte a mais um ano positivo para a indústria”.
Mercado global
A avaliação da instituição é de que o mercado internacional de suínos deve permanecer fraco neste início de ano, mas há expectativa de melhora no segundo trimestre. O Rabobank projeta que a oferta suficiente e a demanda modesta levarão a uma leve recuperação dos preços, que alcançaram o menor nível desde 2006 no fim do ano passado.
As importações da China devem aumentar no trimestre, sustentadas pelos preços domésticos firmes e pela redução da oferta local. Na União Europeia, a expectativa é de que o mercado de suínos se recupere lentamente ao longo de 2016, após os preços caírem mais que o esperado no ano passado.