O pequeno produtor de leite, Antônio Rosa, da região metropolitana de Porto Alegre, perdeu, só este ano, 16 animais com a doença. Vacas, bezerros e cavalos. O último animal que morreu na fazenda de Rosa, foi há 20 dias.
– Fiz de tudo para salvar a vaca. Levava para pastagem, porém, ela começou a ter problemas na perna e aumentou a dor. Chamei o veterinário, fizemos cinco litros de soro, mas não adiantou – relatou.
Diferente da febre aftosa, que é passa de animal para animal, a raiva é transmitida pelo vetor, que é o morcego. De acordo com a Seapa do Estado gaúcho, a doença tem um período de incubação de 80 dias. Por isso, há uma demora ate que os sintomas apareçam nos animais.
O veterinário da Seapa Gustavo Diehl, disse que para acabar com a raiva é preciso controlar a população de morcegos. O envolvimento do produtor rural, nesse processo é muito importante. Ao identificar possíveis focos, eles devem informar as inspetorias de defesa agropecuária, mais próximas. Locais abandonados e escuros são favoráveis a proliferação dos hospedeiros do vírus.
– É importantíssimo o papel do produtor pra controle da enfermidade. Tem que estar atento a suspeita da doença, porque tem sinais nervosos, coordenação, paralisia dos membros superiores. Ele deve comunicar a inspetores veterinários, quando ele identifica mordeduras nos animais também. Isso ajuda a localizar os abrigos dos morcegos. O vírus é transmitido pela saliva e o animal pode causar a morte em 10 dias. A doença raiva pode afetar qualquer mamífero, é uma doença extremamente grave, letal para os animais e pode ser transmitida para ser humano – disse Diehl.
Com um prejuízo de mais de R$ 6 mil, Rosa avisou à defesa agropecuária que esteve no local. Ele também vacinou todos os animais da propriedade.