– Em janeiro, tínhamos preço recomendado de R$ 0,64, e a indústria chegou a pagar R$ 0,82. Essa diferença de R$ 0,18 foi bem maior do que no ano passado, quando ficou em torno de R$ 0,06 – explica Carlos Feijó, presidente do Conselho Estadual do Leite (Conseleite) do RS, que regula os preços ao produtor no Estado.
Outro motivo da alta de preço é o reajuste nos salários do setor em 10%, acrescenta o secretário-executivo do Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados (Sindilat-RS), Darlan Palharini. Feijó aponta aumento de 20% nos custos de produção.
– Quando a gente mais precisou investir, o farelo de soja e o milho tiveram alta, inflacionando a ração – lamenta João Augusto Telles, produtor de Pejuçara, noroeste do Estado.
Os preços devem se manter mesmo com a regularização da chuva. Palharini avisa que, neste ano, a indústria trabalha com patamar mais alto:
– Para que todos tenham resultados e possam investir, o preço do litro não poderá baixar de R$ 1,85.
Presidente da Associação Gaúcha de Supermercados (Agas), Antônio Cesa Longo afirma que o preço do leite deve se elevar até agosto. A partir de setembro, espera redução.
Derivados como leite em pó e queijo também podem subir de preço, calcula o executivo do Sindilat. Creme de leite e leite condensado devem seguir estáveis, já que a matéria-prima não vem apenas do Rio Grande do Sul, avalia Longo.