Há mais de uma década e meia, a pecuária de Mato Grosso não enfrenta grandes problemas com sanidade animal. Desde o último foco de febre aftosa, registrado há 15 anos, o controle sanitário do rebanho é feito com rigor. Mesmo assim algumas doenças ainda causam preocupação. Entre elas a varíola bovina, que teve o primeiro caso do ano confirmado pelo Instituto de Defesa Agropecuária (Indea). Nove animais de uma propriedade em Vale do São Domingos, 491 quilômetros de Cuiabá, foram contaminados.
De acordo com especialistas, a varíola animal é provocada por um vírus e causa lesões nas tetas das vacas e na boca e focinho dos bezerros. A doença pode ser transmitida para o homem através do contato. Mas não tem nenhuma semelhança com a varíola humana, erradicada desde 1980, segundo a Organização Mundial de Saúde.
Se a varíola animal não oferece muitos riscos ao rebanho, o mesmo não pode ser dito da brucelose. Todos os anos a vacinação contra a doença é obrigatória. São duas etapas. Animais com idade entre três e oito meses devem ser imunizados. Só que este ano faltou vacina em várias regiões do país. Por isso, os pecuaristas de Mato Grosso terão um prazo adicional para concluir os trabalhos. A data limite, que encerraria no último dia 30, foi prorrogada por um mês. Não devem faltar mais vacinas.
Além da escassez de vacinas contra a brucelose e do foco de varíola animal, os produtores do Estado também enfrentam casos de raiva bovina. Este ano já foram registrados cerca de 50 focos, que provocaram a morte de quase 100 animais. O setor está em alerta, mas não acredita que estes problemas possam prejudicar a imagem da pecuária de Mato Grosso.