Regra para uso de vermífugo na carne beneficiará exportação, diz Scot Consultoria

Padronização para uso de produtos com avermectinas foi publicada no Diário Oficial da União nesta quinta, dia 29A padronização do uso de produtos antiparasitários que contenham avermectinas na carne bovina brasileira, publicada na edição desta quinta, dia 29, no Diário Oficial da União, deverá diminuir os problemas do controle de resíduos na proteína, questão que chegou a suspender as exportações de carne industrializada do Brasil para os Estados Unidos.

– Qualquer medida que beneficie a cadeia produtiva da pecuária nacional é positiva e, nesse caso, o benefício se estende às exportações – destacou o analista da Scot Consultoria, Douglas Coelho.

Em 2010, um lote de carne industrializada da JBS foi barrado pelas autoridades sanitárias norte-americanas por conter altos níveis de ivermectina, um dos derivados da avermectina. O episódio gerou um embargo do produto brasileiro pelos Estados Unidos durante sete meses.

Neste ano, outro lote da mesma empresa foi devolvido por motivo igual. O fato contribuiu para a demora da conclusão das negociações para a liberação das exportações de carne bovina in natura do Brasil para os EUA, que deve ocorrer apenas em 2012. Para Coelho, da Scot, se a padronização tivesse ocorrido antes, impasses desse tipo não aconteceriam e as autorizações seriam mais rápidas.

A Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carne (Abiec) foi uma das entidades do setor que sempre defendeu uma padronização do uso dos vermífugos no rebanho brasileiro. Em entrevista recente à Agência Estado, o diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio, disse que a liberação das vendas de carne in natura aos Estados Unidos teria acontecido neste ano, mas por causa das extensas negociações sobre o controle de resíduos, essa autorização deverá ficar para o início de 2012.

Na ocasião, Sampaio disse que as autoridades sanitárias norte-americanas aprovaram as regras de controle de resíduos e análise do Brasil e que será feita uma consulta pública para posterior regulamentação.

– Frigoríficos habilitados já temos – JBS, Marfrig, Minerva, Frisa, Ferreira – já que são os mesmos que vendem industrializados. Os Estados Unidos são um mercado prioritário e interessante, porque precisam de dianteiro magro para processar hambúrgueres, o que proporciona o maior aproveitamento da carcaça. No Brasil, a peça mais consumida é o traseiro – explicou.