– Qualquer medida que beneficie a cadeia produtiva da pecuária nacional é positiva e, nesse caso, o benefício se estende às exportações – destacou o analista da Scot Consultoria, Douglas Coelho.
Em 2010, um lote de carne industrializada da JBS foi barrado pelas autoridades sanitárias norte-americanas por conter altos níveis de ivermectina, um dos derivados da avermectina. O episódio gerou um embargo do produto brasileiro pelos Estados Unidos durante sete meses.
Neste ano, outro lote da mesma empresa foi devolvido por motivo igual. O fato contribuiu para a demora da conclusão das negociações para a liberação das exportações de carne bovina in natura do Brasil para os EUA, que deve ocorrer apenas em 2012. Para Coelho, da Scot, se a padronização tivesse ocorrido antes, impasses desse tipo não aconteceriam e as autorizações seriam mais rápidas.
A Associação Brasileira das Indústrias Exportadores de Carne (Abiec) foi uma das entidades do setor que sempre defendeu uma padronização do uso dos vermífugos no rebanho brasileiro. Em entrevista recente à Agência Estado, o diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio, disse que a liberação das vendas de carne in natura aos Estados Unidos teria acontecido neste ano, mas por causa das extensas negociações sobre o controle de resíduos, essa autorização deverá ficar para o início de 2012.
Na ocasião, Sampaio disse que as autoridades sanitárias norte-americanas aprovaram as regras de controle de resíduos e análise do Brasil e que será feita uma consulta pública para posterior regulamentação.
– Frigoríficos habilitados já temos – JBS, Marfrig, Minerva, Frisa, Ferreira – já que são os mesmos que vendem industrializados. Os Estados Unidos são um mercado prioritário e interessante, porque precisam de dianteiro magro para processar hambúrgueres, o que proporciona o maior aproveitamento da carcaça. No Brasil, a peça mais consumida é o traseiro – explicou.