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Relação comercial do Brasil com a Rússia preocupa diplomacia brasileira

País teme prejudicar o comércio com países embargadosO governo brasileiro vê com cautela a abertura do mercado russo para carnes, lácteos e frutas. A preocupação é que o embargo temporário para os Estados Unidos e União Europeia acabe prejudicando as relações comerciais do Brasil com essas nações. Com as restrições, grande parte das quase quatro milhões de toneladas de alimentos importadas pelos russos, precisarão ser fornecidas por outros países, inclusive o Brasil.

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Para o governo, a abertura é resultado de um trabalho que começou há meses e comprova para o mercado internacional que o Brasil tem condições fitossanitárias e capacidade de produção. Apesar disso, trata o início dessa relação com muita cautela. Por ser temporário e também para não prejudicar as relações comerciais que tem com países embargados, principalmente a União Europeia.

– Não estamos sendo oportunistas em um momento de dificuldade de outros países. Nós estamos no momento e na hora certa, preparados para fornecer – salienta o ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller.

Geller, que embarca na próxima semana para Irã e Egito, também para tratar de abertura de mercado para a carne brasileira, afirma que a preocupação é solidificar as relações com toda a comunidade internacional. Segundo ele, apesar de importante, o mercado russo ainda não é estável.

– Chamamos a indústria aqui pra dentro. É preciso ter cautela e ir devagar. O mercado Russo é importante e foi conquistado, mas tem que ser estável. Não é agora que vamos trabalhar para aumentar preço. Pelo contrário, temos mostrar a relação de confiança com toda comunidade internacional, não só com a Rússia. Temos capacidade de fornecimento, temos uma defesa que funciona – diz Geller.

O consultor de relações internacionais, Rafael Duarte,  diz que enquanto o produtor deve se preocupar em manter a qualidade da produção e da entrega, o governo precisa ter habilidade para não perder mercados já conquistados.

– Do lado do governo brasileiro, é uma questão muito delicada. Se a gente consegue suprir a demanda do gado bovino na Rússia, ao mesmo tempo você tem que procurar não criar inimizades com a União Europeia, que está usando o embargo para forçar a Rússia a não intervir na Ucrânia, como se alega. É preciso fazer um balanço bem interessante, até do lado brasileiro, para não prejudicar outras negociações com o Mercosul e União Europeia – garante Duarte.

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Número das exportações

Das 45 milhões de toneladas de frutas produzidas todos os anos, o Brasil exporta apenas 3%. A maioria vai para a União Europeia, e parte disso, segue para a Rússia. Os produtores estão otimistas com a chance de vender diretamente para o país europeu. Com a abertura do mercado, os compradores russos já sinalizaram que querem principalmente limão, manga, uva e maçã.

– A Rússia é o maior importador de maçã do mundo e nós temos produto, produção, e temos como garantir a continuidade de abastecimento do mercado russo com uma fatia da produção brasileira. A gente espera que com essa abertura de mercado, possamos dobrar a nossa exportação de frutas no Brasil até 2020 – reforça o diretor executivo da Abrafrutas, José Eduardo Costa.

Além de frutas, lácteos e carnes também podem ser vendidos. Recentemente, a Rússia habilitou mais de 90 frigoríficos brasileiros, totalizando mais de 140 unidades aptas a fornecer. Hoje, a Rússia já é o segundo maior cliente de carne bovina brasileira. De janeiro a julho, foram embarcadas 184 mil toneladas, um volume 4% maior que no mesmo período do ano passado.

– Nos primeiros seis meses a gente exportou, em média, 24 mil toneladas por mês para a Rússia. Tivemos aumento em junho, foram 30 mil toneladas e, em julho, 41 mil toneladas. Ainda não estamos fazendo nenhuma estimativa de quanto vai ser este aumento, mas nós estamos esperando uma progressão nos volumes até o final do ano – diz o diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio.

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