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Dono do maior rebanho e base de dados da raça no mundo, os Estados Unidos estão no topo do uso da tecnologia para melhoramento do gado. Informações coletadas como o peso ao nascer e na desmama, ganho médio diário, peso final, circunferência escrotal, altura e carcaça são fundamentais para o desenvolvimento da produção e adequação às demandas do mercado consumidor.
De acordo com o representante da American Angus Association, Steve Olson, os dados são um ponto forte da entidade, que estima finalizar 2012 com 315 mil novos registros de animais, alta de 6,7% em relação ao ano anterior.
– As informações se tornaram uma moeda de troca e isso é reconhecido pelos produtores – afirma Olson.
Implementado em 1989 na Argentina, o Programa Nacional de Avaliação de Reprodutores Angus (ERA) foi um marco. Anualmente, os dados da produção no país vizinho são publicados no Resumen de Padres Angus. A base de dados, que inclui características de crescimento e de qualidade da carne, é considerada a maior da América Latina.
De acordo com Horácio Guitou, responsável pela avaliação genética da raça da Associação Argentina de Angus, o ERA concentra hoje informações de 425 cabanhas argentinas, com cerca de 400 mil animais e pelo menos 10 dados de cada um deles. Os números permitem a comparação com a produção dentro e fora do país.
Para Guitou, os números permitiram identificar métodos mais adequados para criação de gado na Argentina, com erros e acertos ao longo do tempo. O representante também destacou o trabalho conjunto realizado pelas associações de angus da Argentina, Uruguai e Brasil na troca de informações e reunião de dados sobre a raça.
– O que é necessário são informações para comprarmos um touro. Comprar um touro com informações é um investimento. Sem informação, é uma despesa – resume.
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Rendimento e Qualidade
O trabalho argentino do desenvolvimento da raça passou a concentrar esforços a partir de 2002 também no rendimento e qualidade da carne. O uso de imagens ecográficas foi essencial para o bom andamento do serviço. Conforme Guitou, hoje 76% dos touros angus avaliados no país têm dados de rendimento e qualidade.
– Perguntam se vale a pena trabalhar com a qualidade da carne. Ter carne certificada nos Estados Unidos significa receber US$ 36,00 a mais por cabeça. Nenhuma associação poderá não trabalhar na qualidade da carne – afirmou o especialista a uma plateia de aproximadamente 350 pessoas presente no Centro de eventos do hotel Sheraton, na capital gaúcha.
Uruguai
Tradicional lembrança quando o assunto é carne de qualidade, o Uruguai também leva a sério o incremento de informações sobre o rebanho bovino, estimado em aproximadamente 11 milhões de cabeças. Com uma economia baseada na produção pecuária de exportação, a raça angus teve um incremento de 7% no número de terneiros registrados nos últimos cinco anos e representa, aproximadamente, 25% do rebanho do país, ainda dominado pela raça hereford.
A Sociedade de Angus do Uruguai viu triplicar o número de animais avaliados no país nos últimos 12 anos. Segundo o engenheiro agrônomo Mario Lema, do Instituto Nacional de Investigação e Tecnologia Agrária e de Alimentação do Uruguai, hoje entram no sistema de informações do país dados de 100 mil terneiros por ano.
O objetivo atual no Uruguai, além da difusão da raça, está na informação dos jovens e formação de recursos humanos para o trabalho na pecuária.
Congresso Angus
O Congresso Brasileiro de Angus segue nesta quarta, dia 5, em Porto Alegre, com avaliações e relatos de casos brasileiros de sucesso no aprimoramento da raça. O C2Rural transmite as palestras ao vivo a partir das 8h30min.
