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Representantes do setor de carne bovina contestam ideia de concentração no mercado de frigoríficos

Pecuaristas afirmam que situação prejudica pequenos produtoresOs dez maiores frigoríficos brasileiros são responsáveis pelo abate de 31% do gado do país. Em Estados como Mato Grosso, apenas três lideram o mercado. Especialistas dizem que esta situação não representa concentração no setor, por outro lado, os pecuaristas discordam.

O pecuarista Cristiano Prata Rezende, abate de quatro a cinco mil cabeças de gado por ano nas suas fazendas no triângulo mineiro. O produtor resume a preocupação do setor afirmando que os preços estão caindo devido a muita oferta e pouca procura no mercado. 

O presidente da Associação dos Pecuaristas do Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, concorda que a concentração das indústrias frigoríficas faz o produtor perder no bolso e pequenas indústrias no Estado, fecharem as portas. Estudos mostram que o produtor recebe aproximadamente 4% a menos onde existe a concentração da indústria frigorífica.

? A gente vê frigoríficos pequenos fechando as portas, demitindo seus funcionários, gerando desemprego e causando prejuízo enorme para a economia ? afirmou Vacari.

Uma pesquisa realizada pela Acrimat aponta que apenas um frigorífico concentra 35% do abate no Brasil. No entanto, com outros números, a indústria afirma que não há concentração no setor. O levantamento foi apresentado com base em dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), em encontro que ocorreu na sede da Sociedade Rural Brasileira, em São Paulo.

O diretor executivo da Abiec, Associação que representa a indústria de exportação ao Grupo de Estudos Agrários da USP, Fernando Sampaio, apresentou o estudo e apontou que 39 milhões de cabeças de gado são abatidas no Brasil a cada ano, e pouco mais de 26% são feitos pelos quatro maiores frigoríficos do país, JBS, Marfrig, Minerva e BRF. Somando aos dez maiores, este índice não passa de 31%.

O diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio, afirma que em lugar nenhum do mundo esta situação caracteriza concentração de mercado.

? Nos EUA, se você comparar, os três maiores frigoríficos possuem 68% da produção. O problema do Brasil é que grande parte do número de abates não são realizados em frigoríficos com inspeção federal ? aponta Sampaio.

Pelo levantamento, 55% dos abates são feitos em frigoríficos com Serviço de Inspeção Fiscal (SIF). No entanto, em 45% a fiscalização é feita somente pelos Estados e municípios. São mais de 21 milhões de cabeças abatidas fora do controle federal.

? A grande indústria exportadora segue, hoje, uma série de critérios, como os estipulados pelo IBAMA e pelo Ministério do Trabalho. Não sei se esses abates seguem todos essas orientações ? disse o diretor executivo.

Segundo o advogado e professor da USP, Fernando Scaff, a fiscalização é mais eficiente nos grandes frigoríficos e por esse motivo as fusões podem ser benéficas para o mercado. Com o aumento da competitividade entre os grandes, a concentração de indústrias no mercado de carne pode excluir os pequenos produtores. No entanto, uma alternativa seria incentivar os pequenos frigoríficos regionais.

? O pequeno frigorífico concorre com o grande ou ele não concorre. Ele tem um caminho livre e pessoal próprio para seguir. Nas pequenas cidades do país elas podem na verdade fomentar pequenos frigoríficos. De um lado temos a concentração, mas por outro podemos permitir que outras empresas do mercado possam atuar e ter também condições de viabilidade econômica ? explicou o professor.

Nesse ponto, Cristiano Prata Rezende concorda.

? Nós temos que fomentar os pequenos frigoríficos regionais para que eles não desapareçam do mercado ? disse o pecuarista.

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