– A indústria está com graves problemas de abastecimento e não está podendo cumprir os prazos de entrega dos produtos terminados aos clientes. O problema mais grave é a falta de produto porque há menos matéria-prima e menos trabalho. Toda a cadeia está sendo prejudicada – afirma.
Ele lembra que as fronteiras estão fechadas para todos os cortes de suínos desde 1º de fevereiro, quando entraram em vigor as novas exigências do governo para as importações: a Declaração Jurada Antecipada de Importação (DJAI), junto à Receita Federal, e uma Nota de Pedido que se envia por correio eletrônico ao secretário de Comércio Interior, Guillermo Moreno. Ambas as notificações devem ser aprovadas para que os importadores possam realizar suas operações.
Antes das medidas, Moreno havia informado à indústria que permitiria a entrada apenas de recortes e toucinho. A alfândega argentina, porém, está fechada para todos os produtos.
– Faltam não só o pernil e a paleta que usamos para fazer presunto, mas toucinho e outros cortes para os embutidos e demais frios. Desde o início das medidas, entraram no mercado apenas quatro caminhões contendo 22 toneladas, cada um – diz.
Segundo ele, os produtores locais não têm oferta suficiente para atender às necessidades da indústria. A produção nacional argentina de suínos é de 3,3 milhões de cabeças e faltariam 1,3 milhão mais de abates para atender o consumo doméstico e substituir todas as importações.
– Há muita preocupação, porque estamos falando da falta de matéria-prima para trabalhar. Ainda não podemos falar de quebra na cadeia de pagamento, mas há queda do volume de entrega dos produtos – reconhece.
Gyldenfeldt aponta que “há esperanças” de que a visita do ministro de Agricultura do Brasil, Mendes Ribeiro Filho, prevista para a próxima sexta, dia 16, possa mudar a posição do governo argentino e permitir uma abertura do mercado aos suínos brasileiros.
Mendes Ribeiro tem uma reunião marcada com o homólogo dele, Norberto Yahuar, às 12 horas desta sexta, segundo agenda do embaixador do Brasil em Buenos Aires, Enio Cordeiro. No entanto, Yahuar não tem poder de decisão sobre a pauta de comércio exterior da Argentina. Esse assunto hoje se encontra exclusivamente nas mãos do secretário Moreno, cuja presença ao encontro não está confirmada até o momento.