Em 2008, a Europa criou a chamada lista Trace, que determina o número de propriedades brasileiras habilitadas para exportar carne bovina para os países europeus. Naquele ano, o Brasil tinha 26 mil propriedades credenciadas com rebanho de 26 milhões de cabeças. Hoje, o número caiu para duas mil fazendas, com pouco mais de quatro mil animais.
Segundo o diretor executivo da Abiec, Fernando Sampaio, as restrições ao produto brasileiro não pararam. Outra dificuldade é com relação às vendas dentro da cota Hilton, que é de 10 mil toneladas e destinada ao produto de maior qualidade.
O pecuarista Ailton Santos, do norte de Minas Gerais, afirma que quando começou a exportar para a Europa as regras eram mais simples. O valor pago pela arroba era maior e o produtor ainda recebia uma premiação pela carcaça de melhor qualidade. Hoje, com a crise que assola o continente, e com base em todas as restrições, o produtor diz que não vê vantagem em exportar para os países.
O diretor executivo da Abiec afirmou que até o fim do ano Brasil e União Europeia devem ter novidades com relação às barreiras. Outro fator que traz otimismo para os produtores brasileiros é a necessidade de consumo dos europeus. Números mostram que a produção do continente não atende toda a demanda, o que abre possibilidade de retomada das compras de carne brasileira.