>>Dez unidades frigoríficas foram embargadas pela Rússia
No Estado, apenas uma planta frigorífica foi habilitada para exportar para a Rússia. É uma unidade do grupo JBS, que fica em Barra do Garças, região sudeste de Mato Grosso. O superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari, comemora a liberação e acredita que isso pode servir como estímulo para que outras unidades também venham a atender esse mercado.
– A reabertura é muito positiva para a pecuária de Mato Grosso. A Rússia sempre foi o principal cliente da carne bovina do nosso Estado. A gente vê com muito bons olhos a retomada da possibilidade de exportação de plantas frigoríficas para o país – diz Vacari.
Segundo levantamento do Instituto Mato-Grossense de Economia Agropecuária (Imea), a Rússia é um dos principais compradores de carne do Estado. O superintendente do Imea, Otávio Celidonio, diz que os prejuízos com o embargo foram milionários.
– Se tivéssemos mantido efetivamente esse mesmo percentual de exportação para a Rússia, teríamos exportado mais de 100 mil toneladas de carne bovina para o país. Poderia ter tido uma arrecadação de mais de R$ 270 milhões, o que é um número bem significativo – destaca.
A retomada do mercado russo gera grandes expectativas para o mercado da carne bovina do Estado.
– Se a gente obter os resultados que tivemos em 2007, poderíamos chegar aos preços atuais e a uma arrecadação anual, de mais de R$ 380 milhões. É lógico que é um número estimando de uma exportação muito alta, nos picos de arrecadação. Mas acredito que é possível – salienta Celidonio.
O superintendente da Acrimat também acredita nessa recuperação. Mas afirma que para isso de fato acontecer, algumas mudanças devem ser adotadas daqui para frente.
– Isso aconteceu porque a Rússia sempre foi um grande cliente de Mato Grosso e do Brasil. Isso mostra a deficiência que a gente tem e a lição de casa que o governo brasileiro precisa fazer, de procurar cada vez mais novos mercados, para não ficarmos tão dependentes de grandes compradores, como é o caso da Rússia. Qualquer atitude tomada de grandes compradores gera, sim, grandes prejuízos financeiros para os países exportadores de carne, como aconteceu com o Brasil – destaca Vacari.
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