– As autoridades sanitárias do Brasil e da Rússia tiveram entendimentos ao longo desse período que amenizam enormemente aquela pequena restrição que havia no passado. Isso vem sendo consolidado neste momento. O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, teve seguidas reuniões ontem e hoje com as autoridades dessa área, com resultados extremamente favoráveis – afirmou o vice-presidente.
Embora o governo russo alegue que não exista mais embargo, na prática as empresas reclamam que os frigoríficos de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul continuam com restrições ao mercado russo.
– Na prática, não tem nenhuma restrição ao comércio. O Brasil não está ofendido, não se sente prejudicado como autoridade sanitária. Tudo que combinamos com os russos estamos conseguindo conciliar. Vamos tentar ajudar as empresas com problemas, mas é um problema delas, não é um problema nosso – disse o secretário de Defesa Agropecuária do Ministério da Agricultura, Ênio Marques.
De acordo com o secretário, o Brasil não vai tratar da questão no “canetaço”.
– Nós, governo, estamos dispostos a ajudar, mas não podemos substituir a capacidade empreendedora e suprir isso, na marra, no canetaço e com atrito. A nossa maneira de trabalhar é construtiva, amigável. Não vamos trabalhar na pancadaria – apontou Marques. Entre os atos assinados no Itamaraty está um acordo que estabelece critérios fitossanitários para que o trigo russo tenha acesso ao mercado brasileiro.
Apesar das autoridades dos dois países negarem existência do embargo à carne brasileira, o assunto foi tratado nesta quarta. O ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro Filho, solicitou ao governo russo que uma comitiva técnica daquele país visite, num prazo de dois meses, as plantas que estão impedidas de exportar. A intenção é normalizar as vendas.