O motivo, segundo produtores, seria a presença de bactérias detectadas em exames laboratoriais realizados pelos russos após a chegada da carne. Todos os outros frigoríficos de Santa Catarina, além do Riosulense, estão com restrição, e os do Rio Grande do Sul, Paraná e Mato Grosso também estão embargados.
Segundo cálculos da Associação Brasileira da Indústria Produtora e Exportadora de Carne Suína (Abipecs), o país deixa de vender 10 mil toneladas mensais de carne suína. O presidente da Abipecs, Pedro de Camargo Neto, disse que a prioridade do novo ministro da Agricultura, Mendes Ribeiro, precisa ser a solução para o comércio de carnes com a Rússia, o segundo maior importador do mundo, depois do Japão.
? É preciso avaliar no detalhe o resultado das duas missões veterinárias do Ministério da Agricultura que foram a Moscou nos últimos meses ? diz.
Para isso, ele sugere analisar a troca de informações técnicas entre o ministério e o Rosselkhoznadzor (serviço sanitário russo).
? É essencial clarear todo o processo, contando com participação do Itamaraty para acelerar a negociação para a entrada da Rússia na OMC.
Além das restrições à carne suína, a Rússia embargou, na semana passada, mais três estabelecimentos exportadores brasileiros, dois de carne de frango e um de carne bovina, por ter detectado bactérias nos alimentos, e ameaçou incluir outros três na lista de restrições temporárias. Vários produtores têm reclamado das ações adotadas pelo governo, consideradas “lentas” e “ineficazes”.
A decisão da Rússia aumenta o atrito entre o governo brasileiro e Moscou. Os embargos começaram em junho, com restrição de compra a 85 unidades exportadoras de carne do Brasil.