Segundo o ministério, os russos elevaram também o status da Cooperativa dos Produtores de Carne e Derivados de Gurupi (COOPERFRIGU). A unidade de carne bovina e miúdos localizada na região sul do Tocantins tinha um acompanhamento sanitário mais rígido por parte do órgão sanitário russo e agora passa a ser tratada nas mesmas condições que outros frigoríficos brasileiros certificados pelo país.
O governo russo havia anunciado, na semana passada, a liberação de unidades brasileiras como exportadores por um ano, sendo duas plantas de lácteos, quatro de carne suína, 27 de aves e 56 de carne bovina in natura. Foram liberados, na ocasião, 115 produtos para importação pela Rússia.
De acordo com o presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Francisco Turra, as conversas estão avançadas para a liberação de novas plantas de carne de aves.
– As conversar com os russos estão indo bem – destacou.
A aproximação da Rússia é parte da estratégia do Kremlin para garantir abastecimento depois que impôs embargo a uma série de países. O governo russo proibiu a importação de carne, laticínios, aves, peixes, frutas e legumes dos Estados Unidos, da União Europeia, do Canadá, da Austrália e da Noruega, que haviam imposto sanções econômicas contra a Rússia por causa da crise com a Ucrânia.
Nesta semana, o jornal The Financial Times publicou uma notícia informando que a União Europeia (UE) tentará pressionar Brasil, Chile e outros países latino-americanos para que desistam de exportar produtos alimentícios para a Rússia.
UE deve compensar agricultores afetados por proibição russa
A União Europeia implementará na próxima semana um programa para compensar agricultores do bloco que foram mais prejudicados pela proibição russa à importação de frutas e vegetais de países europeus.
A Comissão Europeia, braço executivo da UE, vai propor o uso de fundos do bloco para compensar produtores de frutas e vegetais que estão atualmente em estágio de desenvolvimento, como certas variedades de tomates, pepinos, cogumelos, pimentas e couve-flor. Representantes da UE disseram ainda que estudarão a possibilidade de ajuda para outros produtos, como maçãs e peras, nas próximas semanas.
– Vou propor medidas para toda a UE quando necessário – disse o comissário de agricultura do bloco, Dacian Ciolo.
– Produtores da UE podem ficar tranquilos. Estamos acompanhando todos os setores e todos os mercados, e, assim que surgirem riscos materiais, vamos agir.
Segundo Ciolo, a primeira rodada de compensação deve custar dezenas de milhões de euros.