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Saída do Reino Unido da UE pode beneficiar setor de carne do país

Segundo pesquisador do Cepea, será bom para o Brasil, mas essa demanda deve aumentar de forma gradual; se for acelerada, país não dará conta de atender a este mercado

Fonte: Pixabay/Divulgação

A saída do Reino Unido da União Europeia, caso ocorra, pode ser vantajosa para o setor de carne bovina no Brasil, acredita o professor Sergio de Zen, do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), que participa do BeefExpo, em São Paulo. No dia 23 de junho, o Reino Unido decide, em plebiscito – apelidado de Brexit – se permanece ou não no bloco. “Os britânicos compram razoavelmente (carne bovina) do Brasil e a saída da UE pode liberá-los a comprarem mais, em detrimento de outros países do bloco. Pode ser que o país perca mercado na UE, mas ganhe na Inglaterra.”
 
Ele comentou, porém, que o erro do Brasil é tratar a Europa como se fosse “uma coisa só” no setor de carnes. “A Inglaterra, por exemplo, paga, mais do que recebe, subsídios, enquanto a França faz o oposto.” De todo modo, De Zen diz que a UE tem aumentado a demanda por carne, na mesma medida em que reduz subsídios aos seus produtores. “O melhor dos mundos, para o Brasil, é que essa demanda crescente da UE ocorra de forma gradual; se for acelerada, não daremos conta de atender a este mercado.” 

Zen comenta, ainda, que se o Brexit apontar maioria pela saída do Reino Unido da UE, provavelmente a Inglaterra estabelecerá regras próprias de importação, que devem ser semelhantes às da Comunidade Econômica Europeia. “A velocidade de implementação de novas regras vai estar atrelada à necessidade daquele país.”
 
Já o diretor-executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, disse que se o Reino Unido sair da UE, terá de sair do esquema de cotas do bloco. “Não sabemos, ainda, o que eles usariam para substituir este sistema. Teria de haver uma nova negociação entre Brasil e Inglaterra (no setor de carnes)”, comenta o diretor, lembrando que os britânicos são os maiores compradores de corned Beef do Brasil, uma carne industrializada. “De carne in natura não são os maiores, mas os mais importantes.”
 
O analista do Rabobank Adolfo Fontes comentou que a saída da Inglaterra da UE pode provocar uma variação de moedas internacionais com potencial de interferir no mercado internacional de carnes, “afetando diversos países e não só o Brasil”. Nas suas projeções, o euro poderia perder um pouco de valor em relação ao dólar, o que resultaria, por tabela, na desvalorização do real. “Mas acredito que, em volume, as exportações de carne pelo Brasil não seriam afetadas.”
 
Entre janeiro e março deste ano, o Reino Unido importou 9,768 mil toneladas (ou 22,996 mil toneladas equivalente-carcaça, TEC) do Brasil, que resultou num faturamento de US$ 43,86 milhões, conforme a Abiec, com base nos dados do Ministério da Indústria, Comércio e Serviços (MDIC). A maior parte foi de carne industrializada, com 8,581 mil toneladas (ou 21,45 mil TEC) e faturamento de US$ 36,756 milhões. De carne in natura, foram embarcadas do Brasil para o Reino Unido no período 1,187 mil toneladas (ou 1,543 mil TEC), com faturamento de US$ 7,1 milhões. 

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