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Santa Catarina está próxima de abrir o mercado do Japão para carne suína

Depois de anos de tentativas, agroindústria catarinense espera entrar no cobiçado mercado japonês dentro de 60 diasNa fila há 30 anos, Santa Catarina está muito perto de entrar no maior mercado importador de carne suína do mundo. O Ministério da Agricultura do Japão aprovou, esta semana, a compra do produto catarinense. Faltam apenas duas etapas para um acordo oficial, mas o setor está otimista e acredita que fará os primeiros embarques dentro de dois meses.

Enori Barbieri, presidente da Cidasc, órgão de estímulo à agroindústria do Estado, projeta exportações de 10 mil toneladas e um incremento de US$ 50 milhões em faturamento mensal.

Uma boa medida do impacto da entrada no mercado japonês está nos números da carne suína catarinense no primeiro quadrimestre: a média mensal de embarques foi de 14,9 mil toneladas e o faturamento girou em torno de US$ 39 milhões.

A agroindústria local ainda contaria com uma vantagem logística, já que 90% frango consumido no país asiático é produzido em SC.

– A participação de mercado que alcançamos com o frango no Japão nos dará credibilidade para o aumento das vendas da carne suína – diz o presidente da Cidasc.

Barbieri acredita que o Estado poderia conquistar 10% do mercado japonês de imediato. Mas, em uma década, poderia chegar aos patamares da carnde de frango. O país asiático tem um consumidor exigente, com demanda por cortes nobres e caros. Além disso, seu mercado é gigante também em volume. Apenas este ano, deve importar em torno de 1,3 milhão de toneladas.

Esta virada poderia mudar o rumo da suinocultura catarinense, que enfrenta uma crise. O baixo preço do suíno, aliado à alta de matérias-primas, traz prejuízos aos produtores. E, desde fevereiro, a Argentina, quinto maior mercado global para SC, impôs barreiras à carne do Estado. O país vizinho comprava três mil toneladas mensais. Hoje, praticamente não importa mais nada.

Mário Lanznaster, presidente da Cooperativa Aurora, segunda maior produtora do Brasil, diz que o setor está no fundo do poço. A principal razão é o preço dos insumos.

–  Vínhamos pagando muito caro pelo milho e, agora, o quilo do farelo de soja subiu de R$ 0,60 para R$ 1. É impraticável – disse.

Lanznaster enxerga a abertura do mercado japonês como uma grande notícia para a suinocultura catarinense também porque os países asiáticos costumam ser cautelosos e demorados em relação à exportação de carne. Na sua análise, o Japão abrirá as portas de outros mercados do continente, como a Coreia do Sul. De imediato, a Aurora espera exportar 300 toneladas por mês para o Japão.

A liberação da carne catarinense ainda depende do sinal verde de uma comissão de risco, que regulamentará o acordo, e uma audiência pública.

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