Para proteger seu status de único Estado brasileiro livre de febre aftosa sem vacinação, Santa Catarina baixou um decreto na última quarta, dia 21, suspendendo por 15 dias a entrada de produtos e subprodutos de origem animal e vegetal vindos do Paraguai.
Para a assessora de comércio exterior da Câmara Paraguaia de Exportadores de Cereais e Oleaginosas (Capeco), Sonia Tomassone, a medida é equivocada porque os grãos não são fonte de transmissão do vírus.
? Santa Catarina está prejudicando sua própria indústria ao não permitir o ingresso de milho e farelo de soja ? disse ela, que participou em São Paulo do seminário “Commodities e Agregação de Valor: a contribuição do Mercosul”, promovido pelo Instituto de Estudos do Comércio e Negociações Internacionais (Icone).
Segundo Sonia, a restrição compromete um comércio de 1 milhão de toneladas. A representante da Capeco diz que, até o momento, o foco de febre aftosa no departamento de San Pedro teve reflexos apenas no comércio com os catarinenses.
? A União Europeia, destino de 60% dos grãos exportados pelo Paraguai, não pediu qualquer certificação adicional. Só o Uruguai, para onde mandamos trigo e milho, pediu esse certificado, que garante que esses produtos não provêm de áreas de aftosa ? disse Sonia.
A executiva acrescentou que o Paraguai está tomando todas as medidas determinadas pela Organização Mundial de Saúde Animal (OIE), com abate de animais contaminados.
? Estamos pedindo também que a OIE reconheça a regionalização do vírus. Isso permitiria que outras regiões do país não tivessem dificuldades na exportação ? concluiu.
Segundo a Capeco, os grãos representam 80% das exportações do Paraguai.
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