A decisão dos norte-americanos foi anunciada há 10 dias pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (Usda, na sigla em inglês), que reconheceu a equivalência do serviço brasileiro de inspeção de carne suína e autorizou a habilitação de matadouros-frigoríficos de Santa Catarina para exportação de carne suína in natura para o país.
Camargo diz que as exigências feitas pelos estrangeiros são muitas, principalmente no que se refere à saúde animal. Segundo ele, os norte-americanos têm dificuldade de entender o processo de vacinação contra a febre aftosa adotado pelo Brasil. A vacina é vista por eles como um risco e não como uma segurança. A doença é rara em suínos.
– Quando vacinamos, eles (os norte-americanos) falam que estamos com medo da aftosa, então já não (querem mais) comprar (a carne brasileira). Eles dizem assim: “aqui (nos EUA) nós não vacinamos, não tem o vírus da aftosa estamos tranquilos há muitos anos” – explica.
Apesar das dificuldades, Camargo demonstra otimismo. De acordo com ele, a tendência é aumentar a exportação da carne suína brasileira.
– O mercado tem muito a crescer. As exportações são pequenas e concentradas em poucos países. Nosso objetivo é exportar para outros países, como o Japão, que é o maior importador mundial, com 1,2 milhão de toneladas – aponta.
Em defesa à qualidade da carne suína nacional, Camargo relata que foram feitas três pesquisas de opinião para verificar o que pensa o consumidor brasileiro. Segundo ele, o resultado mostra que a carne suína é a “mais saborosa”.
– Antes, havia um preconceito de que a carne era suja e gordurosa e aumentava o colesterol. Na última pesquisa, a população percebeu que é uma carne de granja (tratada com qualidade) – revela.