? O cenário começa a mudar e a proteína vermelha produzida nos campos de Mato Grosso entra em outros mercados, o que demonstra que estamos suprindo a demanda perdida ? disse o superintendente da Associação dos Criadores de Mato Grosso (Acrimat), Luciano Vacari.
Esses destinos são Oriente Médio, Venezuela, Hong Kong, e principalmente para a União Europeia. O bloco europeu foi o destaque nas exportações, dobrando os números de agosto em relação ao mês anterior, e de oito toneladas equivalência carcaça, passou para 1,92 toneladas, registrando um aumento de 141,5%, gerando uma receita de US$ 14 mil.
A China passou de mil toneladas para 1,6 mil, o que corresponde a 61,4% de aumento. A Venezuela teve um aumento considerável de 54,6 %, saltado de 1,66 mil toneladas para 2,56. O Oriente Médio importou do Estado de Mato Grosso 4,2 mil toneladas em julho passando para 5,5 mil toneladas equivalência carcaça em agosto, aumento de 28,7% e os demais países, foram responsáveis pela comprar de 2,7 mil toneladas em julho para 3,72 em agosto, gerando um acréscimo de 36%. As exportações para a Rússia caíram 100%.
O mercado russo sempre teve participação preponderante nas exportações da carne bovina no Brasil e em especial Mato Grosso. A Rússia em 2010 comprou 26% da carne exportada mato-grossense e no mês de agosto deste ano, nem um quilo. Uma situação iniciada no mês de junho deste ano com o embargo Russo à carne bovina brasileira e que não tem data para acabar.
? Mas, como dissemos várias vezes, não podemos ficar parados e hoje a carne que antes seguia para a Rússia, já esta sendo vendida para outros mercados ? observa Vacari.
Mesmo com esta variação positiva em agosto deste ano, o volume ainda é 36,3% inferior que em agosto de 2010, segundo levantamento do Imea ? Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária. No mês de agosto do ano passado foram exportadas 24 mil toneladas e no mesmo período deste ano foi de 15,4 mil toneladas.
? Mas o cenário atual é positivo e isso pode ser observado no aumento do abate de bovinos em Mato Grosso neste início da entresafra ? avalia o superintendente da Acrimat.
Ele ressalta que o abate só aumenta quando existe mercado.
? Isso demonstra mercado interno e externo aquecidos, com o aumento do consumo dos brasileiros e das exportações ? complementa.
Segundo levantamento do Imea, o abate foi de 407 mil cabeças em julho, um aumento de 6,6% em relação a junho, quando foram abatidas 381,8 mil cabeças. Esse grande volume ficou apenas 4,1% abaixo do pico de maio, quando foram abatidas 424,5 mil cabeças no Estado.
? Temos que nos preparar para suprir a demanda do mercado russo, quando o embargo acabar ? disse Luciano Vacari.