Secretaria da Saúde de São Paulo reprova quase 80% dos rótulos de alimentos para bebês e crianças

Para o órgão, comunicação irregular pode interferir de forma negativa em práticas importantes, como o aleitamento maternoLevantamento feito pela Secretaria da Saúde do Estado de São Paulo reprovou 76% dos rótulos de alimentos destinados a bebês e crianças. Entre as principais irregularidades, expressões como "leite humanizado", "leite maternizado" ou até mesmo "substituto do leite materno". A pesquisa foi feita com 64 amostras coletadas em supermercados entre os anos de 2005 e 2006.

Foram analisados de acordo com a Norma Brasileira para Comercialização de Alimentos para Lactentes e Crianças de Primeira Infância, leites em pó, leites fluidos, leites e produtos de origem animal, fórmulas infantis para lactentes, alimentos de transição para lactentes (como papas, sopas e purês), alimentos a base de cereais para alimentação infantil e alimentos ou bebidas a base de leite, dentre outros produtos.

Outro problema freqüente foi a falta de frases de advertência nos leites, informando, por exemplo, que o produto não deve ser usado para alimentar crianças menores de um ano de idade ou que deve ser utilizado somente com indicação expressa do médico ou nutricionista, além de alertas sobre a importância do aleitamento materno. Alguns produtos também apresentavam a advertência em tamanho menor do que o estabelecido.

Foi detectada também a presença de frases que podem induzir o consumo desses produtos com base em falso conceito de vantagem ou de segurança e ilustrações e imagens de bebê, além de expressões que sugerem o produto para consumo infantil, como “baby” e “primeiro crescimento”. Na avaliação da Secretaria da Saúde, esse tipo de comunicação pode interferir negativamente na prática do aleitamento materno

Além disso, foram identificadas declarações superlativas de qualidade (“mais nutritivo”, “o mais saboroso”) e inscrições como “etapa 1”, que podem induzir o consumo de uma seqüência de alimentos.