Secretário da Agricultura descarta ajuda do governo do RS a integrados da Doux Frangosul

Em reunião com produtores de aves e suínos, Luiz Fernando Mainardi afirmou que apoia a categoria, mas não pode interferir em relação à dívida da empresaApós mais uma quebra no acordo de pagamentos atrasados da Doux Frangosul, no dia 29 de dezembro, representantes dos produtores integrados de aves e suínos se reuniram, mais uma vez, com membros do governo do Estado do Rio Grande do Sul. Um dos pleitos dos sindicatos rurais, da Federação dos Trabalhadores na Agricultura do Rio Grande do Sul (Fetag) e da Associação de Criadores de Suínos do Estado (Acsurs) é de que o governo possa usar possíveis receitas da empresa para pagar os integrados. Durant

– Nós não temos o que fazer. O Rio Grande do Sul não tem dinheiro para colocar em um negócio como esse. É um acerto privado, entre dois entes privados e que tem que ter uma solução. Nos interessa uma solução para o problema e estamos solidários aos produtores, apelando para que a empresa encontre uma forma de resolver – acrescenta.

De acordo com o secretário, a situação é preocupante e afeta toda a cadeia produtiva do Estado.

– Queremos ajudar. Tem que ter uma solução. É inadmissível que dois mil produtores fiquem sem receber, como estão. O que eles chamam de desalojamento, ou seja, a notificação que estão fazendo para a empresa, de que não vão mais produzir suínos nem aves, com o tempo, vai fazer com que a indústria diminua extraordinariamente até fechar. Isso é ruim para o interesse geral do Rio Grande do Sul – avalia Mainardi.

O cronograma apresentado pela Doux Frangosul propõe um prazo até março para quitar os débitos. A proposta não foi aceita pelos integrados. Conforme o presidente da Fetag, Elton Weber, uma nova reunião deve ser solicitada à empresa nesta quinta, dia 05.

– Nós esperamos ter uma posição diferente, que contemple o que o produtor está esperando. Se isso não acontecer, não se descarta a continuidade daquelas outras questões que nós decidimos lá em 14 de dezembro, que, inclusive, envolve mobilizações – ressalta.

Pelo menos 500 produtores já notificaram a empresa de que não alojarão mais os animais enquanto não receberem. Segundo Weber, dos mais de 150 dias de pagamentos em atraso, apenas 20 foram pagos. 

– Na nossa visão, tem que haver ainda, nos próximos cinco a oito dias, um novo aporte mais substancial de recursos, porque o que foi pago no final do ano é insuficiente – aponta.