– Nós não temos o que fazer. O Rio Grande do Sul não tem dinheiro para colocar em um negócio como esse. É um acerto privado, entre dois entes privados e que tem que ter uma solução. Nos interessa uma solução para o problema e estamos solidários aos produtores, apelando para que a empresa encontre uma forma de resolver – acrescenta.
De acordo com o secretário, a situação é preocupante e afeta toda a cadeia produtiva do Estado.
– Queremos ajudar. Tem que ter uma solução. É inadmissível que dois mil produtores fiquem sem receber, como estão. O que eles chamam de desalojamento, ou seja, a notificação que estão fazendo para a empresa, de que não vão mais produzir suínos nem aves, com o tempo, vai fazer com que a indústria diminua extraordinariamente até fechar. Isso é ruim para o interesse geral do Rio Grande do Sul – avalia Mainardi.
O cronograma apresentado pela Doux Frangosul propõe um prazo até março para quitar os débitos. A proposta não foi aceita pelos integrados. Conforme o presidente da Fetag, Elton Weber, uma nova reunião deve ser solicitada à empresa nesta quinta, dia 05.
– Nós esperamos ter uma posição diferente, que contemple o que o produtor está esperando. Se isso não acontecer, não se descarta a continuidade daquelas outras questões que nós decidimos lá em 14 de dezembro, que, inclusive, envolve mobilizações – ressalta.
Pelo menos 500 produtores já notificaram a empresa de que não alojarão mais os animais enquanto não receberem. Segundo Weber, dos mais de 150 dias de pagamentos em atraso, apenas 20 foram pagos.
– Na nossa visão, tem que haver ainda, nos próximos cinco a oito dias, um novo aporte mais substancial de recursos, porque o que foi pago no final do ano é insuficiente – aponta.