O governo brasileiro acreditava que o embargo russo acabaria em agosto, mas Moscou ampliou a proibição. Além de Mato Grosso, Paraná e Rio Grande do Sul a restrição foi estendida a frigoríficos de Santa Catarina e São Paulo. O número de plantas desabilitadas chega a 122, com prejuízos, principalmente, ao setor de carne suína, que teve as vendas reduzidas em 20%.
? O preço, há quatro, cinco semanas, tentou dar uma reagida. O embargo aumentou, foi maior para outras indústrias. O preço voltou a cair e hoje realmente, essa conjunção de baixos preços e aumento dos custos de produção, principalmente pelo aumento do preço do milho, tem causado sérios prejuízos aos suinocultores ? disse Fabiano Coser, diretor-executivo da ABCS.
Para tentar resolver o impasse, uma nova missão brasileira deve ir a Moscou na semana que vem. E técnicos russos podem vir ao Brasil no próximo mês para inspecionar frigoríficos. O apoio à entrada da Rússia na Organização Mundial do Comércio (OMC) pode ajudar a destravar as divergências técnicas entre os dois países.
? Isso comprova, de certa maneira, que as exigências do governo russo não seriam somente sanitárias, mas envolveria um jogo político maior, ou seja, o de ingressar na OMC ? declarou Virgílio Arraes, professor do Instituto de Relações Internacionais da Universidade de Brasília (UnB).