Segunda quinzena de julho é período de maiores compras pela China

É neste período em que tradicionalmente o país asiático eleva suas compras de carne bovina

Fonte: Pixabay/Divulgação

A segunda quinzena de julho deve ser crucial para reforçar a comercialização de carne bovina do Brasil com a China. Segundo o diretor-presidente (CEO) global da Marfrig Global Foods, Martin Secco, é neste período em que tradicionalmente o país asiático eleva suas compras do produto. “Sempre na segunda quinzena de julho, é um momento em que fazem bastantes compras, agora, vamos ver se eles vão conseguir atender aos preços que estamos procurando para voltar a comercializar com eles”, disse o CEO.

No mês passado, Secco havia dito que, assim como a JBS, as vendas de carne bovina pelo Brasil da empresa para a China também estavam retraídas, por causa da recente valorização do real, que reduziu o faturamento das vendas na conversão para a moeda brasileira, e fez com que a empresa tentasse elevar os preços, algo não aceito pelos compradores chineses. Segundo Secco, isso fez com que a empresa tentasse contornar a situação direcionando a produção para mercados mais remuneradores, como o doméstico, o Chile e o Egito.

Ele, no entanto, fez questão de reforçar que o mercado da China está absolutamente normal do ponto de vista da abertura e ponderou: “É um período normal de menos compras por parte deles e nós estamos tendo melhores opções de compra em outros mercados de exportação. Como o dólar enfraqueceu, o mercado interno é melhor para alguns produtos que antes iam mais para China”. O CEO afirmou ainda que há indicações de melhora no consumo doméstico em algumas áreas, mas não especificou quais.

Sobre o mercado físico, ele disse que não há redução na produção do frigorífico, em decorrência dessa queda das vendas para China ou por causa da retração do consumo doméstico. “Fechamos junho com um volume muito bom de abate e a perspectiva para julho também é boa. Às vezes cai um dia ou outro por problemas pontuais. Mas o mês foi muito bom para Marfrig”, disse.

Secco comentou ainda sobre o programa de redução da dívida da empresa e comemorou as últimas investidas com a reabertura da emissão de bônus com vencimento em 2023 para captar mais US$ 250 milhões desses papéis. A operação original foi feita em 8 de junho, quando a empresa captou US$ 750 milhões desses bônus, oferecendo ao investidor retorno de 7,625%. Essa nova emissão teve demanda de aproximadamente US$ 900 milhões, principalmente por investidores dos Estados Unidos, Europa e Ásia, informou a empresa. Os recursos serão utilizados para recompra dos títulos em aberto, com foco nas notas seniores de 2016 e 2017, diz o comunicado.

Essa emissão adicional segue em linha com o processo de Liability Management, cujo objetivo é alongar o perfil e reduzir o custo da estrutura de capital da companhia. “Ações que fazem melhorar o custo e a exposição da dívida serão sempre analisadas por nós enquanto o mercado der condições, vamos fazer esse tipo de operação”, disse o executivo.