No Brasil, um bom reprodutor produz, em média, cerca de 80 mil doses por ano, que são vendidas pelos mais diversos valores. O preço mínimo chega a R$ 25,00. O valor, no entanto, só prevalece enquanto o animal estiver produzindo.
Quando um bom reprodutor morre ou, por algum outro motivo, deixa de produzir sêmen, o mercado reage quase que imediatamente com elevação dos preços. Se o estoque de material genético for pequeno, a valorização é ainda maior. É chamada lei da oferta e procura ditando as regras.
– Qualquer bom animal que já tenha gerado expectativa ou um animal que já tenha muita produção ao morrer ganha uma valorização fora do normal – aponta o diretor de central de inseminação Heverardo Rezende Carvalho.
– São situações muito particulares, mas têm casos de valorização de 5, 10, 20, 50 vezes o valor – destaca o assessor pecuário Luiz Ronaldo de Paula.
A decisão de aumentar o preço é tomada em conjunto entre o dono do animal e a central de inseminação artificial que detém o contrato de comercialização das doses. Antes de subir o valor, porém, existem outras estratégias adotadas para regular o mercado. Rezende afirma que, muitas vezes, é preciso cancelar as vendas para ver o que fazer.
O que não faltam são exemplos da valorização. O criador e também assessor pecuário Arnaldo Manuel Machado Borges relembra casos como o de Nobre, Big Ben, Bitelo, Helíaco e Fajardo. O touro Gandhi PO da NI, que era sua propriedade e morreu em 2012, teve o valor da dose alterado e hoje custa cerca de R$ 1.200. Com as raças leiteiras, o processo é semelhante.
Por outro lado, mesmo sendo um reprodutor importante, se o estoque for alto, os preços não sofrem alteração. Prova disso é o valor da dose do Ranchi Ipê Ouro, que também morreu no ano passado, com 16 anos de idade. O preço se mantém em torno de R$ 100,00.