O gado senepol chegou ao Brasil há 15 anos e rapidamente ganhou espaço na pecuária nacional. Rústica, produtiva e fértil, a raça se tornou uma opção para o cruzamento industrial. Os touros são acasalados com matrizes da raça nelore para melhorar a qualidade dos bezerros, por meio do chamado choque de sangue ou heterose.
“Estamos vendendo para muitos criadores de nelore para fazer o F1. A primeira cruza que na raça a gente chama de S1, tem tido um diferencial de desmama muito grande, com um prazo de abate bem mais curto que o animal tradicional de mercado, além de uma vantagem muito grande: ele funciona a pasto nas regiões mais difíceis, onde não tem tanta estrutura para inseminação. Hoje nós temos um touro que funciona no clima nacional”, explica o criador Ricardo Magnino.
Os touros da raça senepol estão prontos para serem utilizados na reprodução aos 18 meses de idade. Cada animal custa, em média, R$ 10 mil, 20% a mais em relação aos anos anteriores. De acordo com a Associação de Criadores de Gado Senepol, somente em 2015, os leilões de touros movimentaram cerca de R$ 50 milhões.
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“No nosso rebanho nós não temos um touro no ponto de ‘monta’. Tudo que vai sendo produzido não chega ao prazo 24 meses para vender o touro, tem tido um comércio muito rápido. Em uma estação de monta curta, um touro consegue cobrir 40, 45 vacas. Em uma estação longa, ele vai cobrir muito mais animais”, diz Magnino.
Ao contrário de outras raças europeias como o angus, o senepol é mais resistente às altas temperaturas e se adapta melhor nas regiões centrais do país. Já a produtividade dos bezerros pode ser até 30% maior em relação aos cruzamentos tradicionais.
“Em relação às outras raças, nós temos acompanhados nesses anos que cruzamento é a questão da heterose a pasto e não tem a segregação, não tem perdas, pelo contrário. Quando você traz um animal puro no meio sangue, ele tem mais uma evolução e mais um explosão. Então, nós vamos ter animais mais produtivos e precoces também”, conclui.
