O público da ExpoGenética tem a capacidade de multiplicar as informações e fazer chegar mais rapidamente ao campo. É uma feira de animais envolvidos em um dos dez programas de melhoramentos destaques no mercado, com debates aprofundados em pontos da ciência ainda em construção.
– O público que passou pela feira, elevou demais essas discussões e com certeza sai daqui com a capacidade de conhecimento muito maior para se aplicar no campo. A gente consegue fazer uma transferência de tecnologia muito mais eficiente com os animais que estão expostos – disse o gerente de mercado da Alta Genetics, Tiago Moreira Carrara.
Os pesquisadores têm um longo trabalho pela frente, o sequenciamento genético que já esteve na custou milhões, hoje, é possível de se fazer por US$ 5 mil por animal, mas ainda é caro para o setor. Os caminhos passam pela genotipagem, a leitura do DNA usando pelo sangue ou sêmen, para entender as interferências produtivas.
A linha de seleção feita através do genoma dos animais vai avançar muito na produção de leite a partir do ano que vem. Os primeiros trabalhos no mercado vão ser feitos com as raças gir leiteiro, girolando e guzerá. Os touros que vão para o teste de progênie já serão genotipados, um direcionamento certeiro para os pecuaristas contarem mais com a ciência e menos com a sorte.
– Nós vamos partir de uma certeza muito maior no momento que colocar o touro em teste, e o impacto dele no sistema de produção de leite no criador vai ser muito grande, porque isso passa não ser mais uma loteria, mas uma corrida um pouco mais dirigida. O segundo passo vai ser dividir os ganhos da ciência em toda cadeia produtiva da pecuária – disse o pesquisador melhoramento genético Embrapa Juiz de Fora, Marcos Vinicius da Silva.
– Nós precisamos trabalhar na implementação disso, fazer isso chegar ao criador e de modo que seja um jogo que traga ganhos para todos os jogadores. Acredito que a gente está no caminho correto – afirma a professora da Universidade Federal de Viçosa (UFV), Simone Eliza Facioni Guimarães.