A oferta de suínos deve iniciar 2016 relativamente alta, ao passo que a demanda doméstica pode não reagir na mesma intensidade – projeções apontam piora na economia nacional. Assim, tudo indica que a alternativa do setor estará, mais uma vez, nas exportações, e o câmbio deve continuar sendo um aliado. As indicações são do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), nesta quinta, dia 31.
Conforme projeções do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os embarques brasileiros de carne suína devem crescer 2,7% em 2016 (ou 15 mil toneladas equivalente-carcaça) frente à quantidade estimada para 2015, chegando a 580 mil toneladas em equivalente-carcaça. Esse percentual de aumento está no intervalo estimado pela Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA) tanto para as exportações como para a produção nacional, entre 2% e 3%.
Já no mercado doméstico, não há fundamentos de recuperação da demanda no curto prazo. Do total de carne suína comercializada no país, predominam produtos industrializados, mais suscetíveis a restrições de renda da população, ou seja, de alta elasticidade-renda. Por outro lado, os preços da carne bovina podem estimular o consumo da suína in natura, junto com o frango.
Do lado da oferta, a perspectiva de aumento se baseia principalmente na expansão do rebanho ocorrida ainda em 2014, de 3,2% em relação a 2013, que totalizou 37,9 milhões de cabeças – em 10 anos, houve aumento de 14,6%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O volume de fêmeas cresceu 3% também de 2013 para 2014, chegando a 4,7 milhões de cabeças. Conforme agentes do setor, a percepção é que em 2015 o abate de matrizes não teria sido elevado, reforçando a perspectiva de maior oferta.