Segundo André Soares, um dos autores do estudo, em carne bovina, por exemplo, é possível dobrar o valor no comércio bilateral entre os países.
– O problema é que temos que superar a questão burocrática da habilitação de unidades aptas a exportar ao país, além de aumentar as parcerias em distribuição – diz.
No levantamento da CEBC feito em conjunto com a Apex-Brasil, além da carne bovina, têm potencial de vendas ao mercado, a carne de frango e suína, suco de laranja e outros sucos, café, celulose, soja e calçados.
– Carne suína também tem potencial grande, por conta do aumento da renda per capita do chinês. Hoje, a China importa somente 2% do que é consumido, mas que já a coloca como a maior importadora mundial da proteína – comenta a gerente da Apex-Brasil, Sophia Costa.
O diretor de Relações Governamentais da JBS, Wilson Mello Neto, explica que o Brasil está conseguindo acessar a China via Hong Kong, inclusive com preços menores do que a China é capaz de pagar.
– Acreditamos do potencial da China em alavancar as nossas vendas, mas temos muita dificuldade de acessar esse mercado com qualidade – relata.
O diretor executivo da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec), Fernando Sampaio, disse que as vendas de carne bovina à China estão interrompidas desde 2012, por conta de um caso atípico de vaca louca no país.
– O embargo oficial não existe mais, mas não estamos conseguindo vender ao país. Estamos na fase da negociação de um novo protocolo/certificado sanitário para retomar exportações – explica Sampaio.
Na época do embargo, o Brasil vendia 17 mil toneladas de carne bovina ao País. Em 2014, foram 400 mil toneladas embarcadas para Hong Kong.
–Tivemos uma receita cambial recorde de US$ 7,2 bilhões de vendas externas de carne bovina. Um quarto disso foi para Hong Kong – completa.