O fraco desempenho das exportações em janeiro não é significativo e nem marca uma tendência, na opinião do diretor executivo do Sindicato das Indústrias de Artefatos de Couro do Estado do Paraná (Sindicouro), Alberto Skliutas.
– Nós achamos que, pelo menos nesse primeiro semestre, haverá uma manutenção, uma avaliação conservadora dos resultados que foram obtidos em 2011, que representaram uma boa recuperação no setor em termos de exportação – diz.
O bom desempenho não era visto desde 2007, um ano antes da crise econômica mundial. Em 2009, o faturamento com as exportações foi de US$ 1,1 milhão. Em 2010, passou para US$ 1,7 milhão. No ano passado, foi de US$ 2,05 milhões. Para Skliutas, nem mesmo a crise na Europa chega a preocupar.
– Algumas notícias que a gente acompanha mostram que, de alguma forma, a situação está se resolvendo entre os países e pelo menos até agora não houve uma influência direta – analisa.
– É claro que temos a pretensão de pelo menos atingirmos os US$ 2 bilhões que o Brasil exportou em couro no ano de 2011, mas se isso não acontecer, e se nós tivermos uma pequena queda, acreditamos que não seja anormal. Considerando-se a conjuntura mundial ou os problemas financeiros que o mundo enfrenta hoje, não seria nada de anormal isso – acrescenta Souza.
A importação de calçados, que afeta o mercado interno de couros, por sua vez, é motivo de receio. De um ano para outro, as compras do Brasil cresceram mais de 47%.
– Nós temos concorrência muito forte da indústria chinesa, que agora cada vez mais se acentua também com a entrada de produtos no Brasil. Os últimos resultados têm mostrado um aumento acentuado em dólar de aproximadamente US$ 400 milhões já de importação de calçados. Nós temos acompanhado o trabalho de colocar restrições a essa vinda desmesurada de calçado que cada vez preocupa mais – conclui o presidente do Sindicouro.