Setor de leite lidera emendas à Medida Provisória 552

Federação das Indústrias do Estado de São Paulo diz que aprovação piorará competitividade da indústriaA Medida Provisória nº 552, que acaba com crédito presumido de parte dos 9,25% de PIS/Cofins cobrados sobre as operações de comércio e vendas de insumos para cadeias do agronegócio, tem ao menos 86 das 126 emendas relativas ao setor lácteo, segundo levantamento da Frente Parlamentar da Agropecuária. A MP será relatada pelo deputado Miguel Corrêa (PT-MG) e está prevista para ser votada nesta semana na Câmara.

A pressão do setor lácteo, liderada pela multinacional Nestlé, chegou à Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp). Segundo o presidente do Conselho Superior do Agronegócio (Cosag) da Fiesp, João Sampaio, a aprovação da MP como foi editada (em 1º de dezembro de 2011) vai piorar a competitividade da indústria láctea.

– Certamente os preços dos produtos lácteos irão subir, pois as empresas repassarão o aumento no PIS/Cofins. E certamente causará inflação – disse.

Além do setor lácteo, outras cadeias do agronegócio se movimentam para derrubar a MP. A Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), por exemplo, informou recentemente que prevê uma alta nos custos do processamento, já que a indústria deixaria de ter um crédito fiscal estimado em R$ 900 milhões por safra nas operações que envolvem a industrialização da soja para exportação e parte do volume voltado ao mercado interno.