O Plano de Defesa Agropecuária completou um ano de lançamento , mas possui grandes desafios para serem solucionados. A iniciativa, que promete modernizar os processos de procecimentos de defesa agropecuária, teve bons avanços na área burocrática e ficou devendo em soluções mais complexas, como, por exemplo, a utilização ou não de médicos veterinários da iniciativa privada para a inspeção no abate.
Para o consultor técnico da área de defesa sanitária da Frente Parlamentar do Agronegócio, Ênio Marques, é preciso avançar nas legislações que regem todo os serviços de defesa. “Temos lá cerca de 20 legislações federais, mais uma quantidade grande das legislações estaduais e (precisamos) sobre elas começar colocar instrumentos novos, como análise de risco, utilização da parte privada e retirar uma série de responsabilidades que são cumpridas pela parte pública, tornando a parte pública mais auditora mais e orientadora de política”, analisou.
Na opinião do coordenador técnico da Confederação Nacional dos Municípios, Mário Augusto Ribas do Nascimento, um grande problema foi detectado no que diz respeito à possibilidade dos estados contratarem médicos veterinários da iniciativa privada para fazer a inspeção nos frigoríficos.Por falta de recursos, Estados, municípios e o governo federal não conseguem aumentar a oferta de profissionais para essa inspeção.
“Esse gargalo atrasa o desenvolvimento do país, atrasa o desenvolvimento da agroindústria nacional, da pequena agroindústria familiar. Porque não tem veterinário para fazer a inspeção os mercados ficam restritos a estâncias locais. Muitas vezes sendo comercializadas de forma clandestina para outros municípios e outros estados é um grave problema”, disse.
Para amenizar o problema, o Instituto Pensar Agrícola, que reúne 40 entidades do agro, está fazendo esta ponte entre o que o Plano de Defesa Agropecuária está querendo mudar em todos os serviços de inspeção animal e os reflexos dessas mudanças na realidade de cada setor, como suínos, aves e soja.